Zona azul...zona? (Parte 2)
A parte 1 deste artigo foi escrita e publicada em abril de 2009, quando a Prefeitura de Juiz Fora (PJF) ampliou as áreas de Zona Azul (locais referentes a determinadas áreas públicas para estacionamento de veículos, geralmente em regiões centrais). Novamente volto a tocar neste assunto que tanto me incomoda, uma vez que desde o dia 2 de fevereiro deste ano mais ruas da cidade tornaram-se área de Zona Azul. O que será que a PJF quer com essa medida? Ampliar a rotatividade dos veículos nas áreas centrais ou arrecadar mais?
Assustei-me ao chegar das férias e verificar várias faixas em ruas com anúncios de que as mesmas passariam a ter a cobrança para que os motoristas deixassem os seus veículos estacionados. E não são somente no centro. Desta vez, a PJF penetrou em bairros (São Mateus, Granbery e Santa Helena). Isso mostra que algumas pessoas terão que pagar para estacionar seu veículo na porta de seu próprio imóvel. E tem mais, há em certas ruas, como a Benjamin Constant, uma área que está bem esburacada e os motorista ainda terão que pagar para deixar seu carro lá. Será que o dinheiro arrecadado com essa cobrança contribuirá para asfaltar essas ruas que passaram a ser de Zona Azul (desculpe-me o leitor, não sei porque foi escolhida a cor azul...o termo Zona até que entendo!)?
Além de me incomodar com esse assunto, resolvi escrever sobre o mesmo, pois tive sonhos (ou pesadelos) ao longo desta madrugada. O primeiro descrevia o seguinte: "Eu estava parado dentro do meu carro na rua onde moro e, de repente, aparece um indivíduo fantasiado de Avatar (aquele, de azul, que fez sucesso no cinema há dois anos). Assustei-me com tal criatura. Ela se dirigiu a mim e disse: 'O Senhor está na Zona'. O meu susto foi ainda maior, pois não tenho o hábito de frequentar Zonas (mamãe falava que frequentar esses lugares era pecado!). Mas o Avatar completara a frase: 'O Senhor está na Zona Azul'. Fiquei mais tranquilo, momentaneamente, mas o susto voltou quando o mesmo passou a cobrar para que estacionasse o meu carro no bairro onde moro. Logo em seguida, o mesmo se despediu de mim e sobrevoou a área em busca de novas vítimas (quero dizer, motoristas). O voo daquele ser cinematográfico parecia de uma filmagem norte-americana (em sonho tudo pode!)."
Ainda nesta mesma noite, num outro sonho, estava dentro do meu carro, só que na minha garagem e novamente aquela figura azul apareceu do nada. Não sei como ele entrou pelo meu prédio (acho que ele estudou física quântica e concluiu que nada é sólido e somos todos ondas e podemos transpassar aquilo que a física clássica considera como sólido). Ele me disse o seguinte: "O Senhor está na Zona". Aí, disse, mais respeito com minha garagem! Isso aqui não é Zona coisa nenhuma. É área de família! O Avatar completou a frase: "Quis dizer Zona Azul, ou seja, o Senhor terá que pagar para a PJF para estacionar na sua garagem". A partir do anúncio apocalíptico, acordei muito assustado, mas aliviado, pois ainda poderia estacionar de graça na minha garagem. Mas fiquei com medo de ser um sonho premonitório e esse fato vir a se concretizar a posteriori (sobretudo a partir das eleições municipais deste ano!).
Fiquei um pouco sem sono, mas logo voltei a sonhar novamente, pois os anteriores foram verdadeiros pesadelos. Sonhei que estava numa Gôndola, com minha família. Pensei de imediato, estou em Veneza, que belo passeio. Só que me deparei com alguns estabelecimentos comerciais que me lembraram de Juiz de Fora (Uai! Alguns comerciantes colocaram franquia aqui na Europa?). Que nada, eu estava na avenida Independência (hoje chamada de Itamar Franco) num dia daquelas chuvas. Aí, no mesmo sonho, imaginei que a PJF fosse utilizar o dinheiro arrecadado com as novas áreas da Zona Azul para resolver esse problema dessa avenida, assim como foram construídas as pontes, os mergulhões e o viaduto que foram promessas de campanha da atual gestão. Neste sonho, a gôndola terminava seu passeio na avenida Rio Branco, totalmente com a obra finalizada. Acordei e contei o sonho (ou pesadelo) à minha esposa e ela me deu a notícia que era sonho mesmo, pois essas edificações ainda não foram construídas e a obra da Rio Branco ainda não foi concluída.
Nas próximas noites, reforçarei as minhas orações e, se for preciso, além do leite morno (que costumo tomar antes de dormir), contarei com algum medicamento para ter noites mais tranquilas e sonhar de fato com uma nova Juiz de Fora.
Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá, Universo e da Fundação Educacional Machado Sobrinho, todas a instituições em Juiz de Fora - MG. O autor ministra palestras, para empresas, na área de Educação Financeira.
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