Como anda a ética de alguns médicos no Brasil? Que venham os médicos estrangeiros!
"E se eu estivesse doente no interior do interior do Ceará, eu iria querer um médico humano. Tanto faz se paulistano, cubano e até marciano!"
José Simão (Folha de São Paulo, 14/07/13)
Caro leitor, qual a sua opinião sobre a ética de alguns médicos no Brasil? É bem verdade que na vida não podemos generalizar coisa alguma. Eu mesmo conheço muitos médicos que, além de competentes, são éticos. Contudo, já me deparei com situações que me levam a duvidar da ética de alguns. Situações em que levantam suspeitas quanto à idoneidade do profissional. E ainda levanto mais uma questão: por que foi disseminado no facebook um protesto da classe médica brasileira contra a possibilidade da vinda de médicos cubanos para o Brasil? Será que os médicos brasileiros têm medo da concorrência?
José Simão foi muito feliz em destacar o termo "humano" acima citado. Sabemos que a saúde pública brasileira precisa melhorar muito, mas é bem verdade que a qualidade de certos médicos também precisa melhorar. Se os advogados precisam passar no exame da OAB para exercerem a profissão, porque no caso dos médicos esse tipo de exame é opcional? E pior, o Fantástico (há algum tempo atrás) exibiu uma reportagem que mostrou que o índice de aproveitamento dos médicos recém-formados que têm a coragem de voluntariamente se submeterem a essa avaliação é baixa. E isso me deixa preocupado: que tipo de profissional da medicina tem ingressado no mercado da saúde (digo mercado, pois a mesma virou um mercado literalmente).
Em 1993, o então Ministro da Saúde Adib Jatene, no governo do presidente Itamar Franco criou o IPMF, que depois virou CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), cuja arrecadação era para salvar a saúde pública. Era provisória, mas durou até dezembro de 2007 e incidia uma alíquota de 0,38% sobre as transações financeiras. E aí: como anda a saúde pública no Brasil? É bem verdade que existem exemplos que merecem destaque: minha mãe de criação precisou fazer um transplante autólogo de medula em 2011/12 e teve através do Tratamento Fora do Domicílio toda a assistência do SUS para sair de Maceió – AL e ser tratada no Hospital das Clínicas de São Paulo. Seu tratamento foi um sucesso. Esse foi um exemplo positivo da saúde pública. Mas por outro lado, os veículos de comunicação estampam em suas manchetes situações caóticas da saúde pública.
Agora destacando a formação dos médicos no Brasil, quero fazer alguns questionamentos: Os mesmos estudam disciplinas de ética? Há disciplinas que discutem a importância da relação médico-paciente na condução de um tratamento? Será "lenda urbana" ou a indústria farmacêutica já começa a abordar os acadêmicos antes mesmos deles se tornaram médicos e bancam suas despesas em congressos? Será mito afirmar que existem médicos que servem aos interesses dessa mesma indústria e receitam remédios específicos e ganham dinheiro com essa prática desumana e imoral? Será que existe esse tipo de médico no Brasil? Será que existe uma banda podre na medicina brasileira, que não está nem aí para a saúde pública (ou privada) e simplesmente querem ganhar dinheiro? Rogo a Deus para que não haja esse tipo de profissional no Brasil e nem mesmo aqui em Juiz de Fora. Conheço excelentes médicos aqui em Juiz de Fora, competentes, éticos e comprometidos. Mas será que existem "carniceiros" aqui em Juiz de Fora? Já passei uma situação em Juiz de Fora em que um determinado Gastroenterologista me submeteu a vários exames (dos quais um era invasivo e colocava a minha vida em risco). Graças a Deus, um médico em Viçosa – MG não me deixou fazer esse exame, pois não havia necessidade e segundo ele, os médicos ganham muito dinheiro com a indústria dos exames e expõem os pacientes a riscos de morte. Isso foi em 2003.
Um dia tive um sonho de uma hipotética situação: "um determinado Cirurgião realizou uma cirurgia pelo plano de saúde daquele meu amigo Avatar no planeta natal dele e como este dava direito à enfermaria e o paciente queria ficar no pós-cirúrgico num quarto particular, o médico propôs ao paciente que ele teria que pagar, do próprio bolso, uma quantia a mais (aproximadamente o mesmo valor que recebera do plano de saúde pela cirurgia pelo plano de enfermaria) se quisesse ficar num quarto particular. Será que isso é legal mesmo em outro planeta? Será que os médicos fazem isso? Será que isso é uma prática interplanetária? Será que os Conselhos Regionais e o Federal de Medicina sabem disso (inclusive o Conselho interplanetário)?" Ainda bem que foi um sonho!!!!!!!
Uma situação que me deixou revoltado cito abaixo, extraído de um artigo que publiquei aqui neste portal no início deste ano sobre uma médica (se é que podemos chamá-la assim):
No ano passado, eu fiz uma representação contra essa autora junto ao Ministério Público de Minas Gerais, com o seguinte texto que está como Investigação Preliminar – Procon no MPMG – de setembro de 2012, no qual apresentei o seguinte fato: "Comprei o livro Mentes ansiosas - medo e ansiedade além dos limites, de Ana Beatriz Barbosa Silva, CRM 52 53226-7. Para meu espanto, parece que é o mesmo livro com outro título. Tenho outro livro da mesma autora, cujo título é Mentes com medo, da compreensão à superação, publicado pela Integrare Editora Ltda. Senti-me lesado, pois não percebi diferença entre os livros. Senti-me enganado pois comprei o livro Mentes ansiosas, medo e ansiedade além dos limites, achando que era um livro inédito, mas parece o mesmo livro Mentes com medo, da compreensão à superação. Se for o mesmo livro, por que mudar o título? Qual a intenção? Vender mais livros? Enganar os leitores? Quero maiores esclarecimentos. Recebi um e-mail que afirmava que no verso do livro havia uma informação de que Mentes ansiosas - medo e ansiedade além dos limites era uma versão atualizada e ampliada de Mentes com medo, da compreensão à superação. Respondi que essa informação deveria vir na capa do livro para evitar que o consumidor fosse induzido ao erro (como eu e, acredito, muita gente deve ter sido) e, tem mais, por que mudar o título de um livro se era o mesmo livro, apenas revisado?". Sugeri que a autora retirasse o livro do mercado ou fizesse uma nova capa de tal modo a reparar essa situação desconfortável.
Em março desse ano, a Folha de São Paulo publicou a seguinte matéria:
Na reportagem do jornal Folha de São Paulo, de 1º de março de 2013, há denúncias de outros plágios da mesma autora (Ana Beatriz Barbosa Silva). Seguem alguns trechos extraídos na íntegra. "Dois psiquiatras acusam as obras de Ana Beatriz de serem 'plágios estarrecedores'. "O próximo passo dessa guerra será dado na semana que vem, quando a médica psiquiatra Ana Carolina Barcelos Cavalcante Vieira promete entrar na Justiça com ação de indenização por danos morais e materiais contra Ana Beatriz e a Objetiva." Ana Carolina diz que, lendo o livro Corações Descontrolados, constatou, "estupefata", que um capítulo que havia escrito a pedido da própria Ana Beatriz fora editado "sem qualquer crédito". "Ela também acusa Ana Beatriz de ter reproduzido, em 'várias e várias passagens', trechos de outros textos de sua autoria, inclusive um que escreveu e publicou no site da clínica Medicina do Comportamento. A clínica pertence a Ana Beatriz e nela Ana Carolina trabalhou como pesquisadora." "Avisados da queixa de Ana Carolina em novembro de 2012, Ana Beatriz e a Objetiva tomaram providências rápidas: substituíram os trechos contestados e providenciaram uma segunda tiragem de Corações Descontrolados. Saiu no mês passado. Segundo o advogado José de Araújo Novaes Neto, que representa os dois acusadores de Ana Beatriz, a tentativa de "emendar" o livro não reparou o problema: 'Eles não fizeram uma errata, não notificaram os leitores. Para piorar, os textos de substituição são simples camuflagens para mascarar ainda mais o evidente plágio cometido.'"A acusação de Ana Carolina soma-se à do médico Tito Paes de Barros Neto, pesquisador do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, autor do livro Sem Medo de Ter Medo (Casa do Psicólogo, 2000). Segundo Barros Neto, no início de 2012, uma amiga procurou-o para dizer que tinha lido um livro "igual" ao dele. O pesquisador começou sua busca pela obra "igual" até que topou com Mentes Ansiosas, de Ana Beatriz (2011). "Tomei um susto. O plágio era muito cara de pau. Ela fez simplesmente um copy-paste [copia e cola]." Em outubro passado, o juiz Fernando Bonfietti Izidoro, depois de analisar o livro de Barros Neto e de confrontá-lo com o de Ana Beatriz, decidiu, liminarmente, suspender a comercialização deste último. Assim o juiz explicou: "A análise das duas obras revela semelhanças notórias, sendo que ambas apresentam diversos excertos longos com praticamente o mesmo conteúdo, simplesmente com alterações no estilo da escrita". Mentes Ansiosas foi retirado do mercado.
Caro leitor, você queria ser consultado por um profissional assim?
De um modo geral, a minha opinião é que existem alguns médicos que se preocupam única e exclusivamente com o bolso e não querem que seus pacientes fiquem curados e nem que eles morram, pois assim, eles ganham com as consultas e a indústria farmacêutica ganha com a venda de remédios. De acordo com a medicina oriental, a cura é intrínseca ao paciente e não externa, via remédios, como a medicina ocidental alopata acredita. Que venham médicos estrangeiros, independente do país, contanto que sejam qualificados, competentes e éticos para contribuir para melhorar a saúde no nosso País.
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Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Professor Universitário das Faculdades Universo e Estácio de Sá, professor licenciado da Fundação Educacional Machado Sobrinho, todas as instituições em Juiz de Fora - MG. O autor ministra palestras, para empresas, na área de Inteligência Financeira, Gestão de Pessoas, Relacionamento Interpessoal, Marketing Pessoal e Gestão do Tempo. É autor do livro "Crédito Rural e Produtividade na Economia Alagoana" pela EDUFAL. Saiba mais clicando aqui
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