A importância de um orçamento doméstico eficaz
Nos últimos anos o governo tem dado incentivos fiscais (redução de alguns tributos, IPI, por exemplo) e monetários (juros menores e prazos maiores para pagamento dos empréstimos) para estimular o consumo no Brasil. Entretanto, a população deve estar atenta a estes estímulos, pois estudos realizados pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) em janeiro de 2014, apontam que 63,4% dos brasileiros relataram apresentar dívidas com: cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros. E aí parece que a população não está educada financeiramente para absorver esse excesso de créditos. O que fazer então?
O planejamento orçamentário doméstico é de suma importância para que este quadro seja revertido. Uma planilha das finanças pessoais funciona como uma espécie de "foto" da atual situação financeira da família. E aí, ao seguir a mesma, a probabilidade de contrair dívidas desnecessárias diminui. Também é importante ter um fundo de reservas para acumular patrimônio, aproveitar oportunidades e se acontecer algum imprevisto, ter de onde sacar o dinheiro sem precisar recorrer a empréstimos.
Não há uma fórmula mágica ou "receita de bolo" que forneça informações precisas de quanto se deve alocar dos recursos mensais em cada despesa. O ideal é ter plena consciência de seu padrão de vida e adequar suas despesas familiares às de suas receitas mensais, assim poder-se-á entender de forma sistêmica suas necessidades. Seguem, abaixo, sugestões para buscar o equilíbrio financeiro:
É necessário saber o quanto ganha. Que trabalha por comissão ou produtividade, deve estipular uma média mensal baseada nos 6 últimos meses de salário;
Ao agrupar as despesas mensais, separe-as por ordem de prioridade de modo a ter noção do que é gasto essencial e do que é desnecessário;
Junte os cupons de despesas diárias e faça uma avaliação semanal, de modo que se saiba exatamente para onde o dinheiro é gasto;
Faça uma planilha (mesmo que simples) de seus gastos e "alimente-a" semanalmente com as despesas;
Exerça seu direito, pague somente o que consumir nos bares e restaurantes. Não pague os 10% da taxa de serviço, pois não somos obrigados por lei para pagar essa despesa. Você ganha 10% a mais por que atende bens aos seus clientes? E tem mais, qualquer aplicação financeira rende atualmente, descontando impostos, menos de 10% ao ano. Se você economizar essa taxa, poderá direcionar esse dinheiro acumulado para gastar com outra coisa de seu interesse;
Peça descontos, sobretudo se você pagar em dinheiro etc.
As sugestões são simples e de fácil aplicação e manutenção, o importante é começar, pois em curto prazo elas geram resultados satisfatórios. Quando já aplicadas e executadas auxiliarão de forma satisfatória a um equilíbrio financeiro doméstico. Para isso é necessário o envolvimento de toda a família. Todos os membros devem estar cientes da situação financeira resultante de gastos, quer seja favorável ou não, para que ocorra uma mudança de hábitos.
Algumas pessoas podem se questionar: "Não tenho tempo/ recursos para estudar administração do meu dinheiro." ou "Não quero incluir mais uma preocupação em minha vida" ou ainda "Administração não se aplica ao meu pequeno salário." São afirmações que jamais devem passar pelas nossas mentes. Independente de quanto se ganha, todos precisam gerir bem suas finanças.
Enfim, administrar a renda familiar significa: "fazer o dinheiro trabalhar para você" e ainda lhe dar férias no final do ano. Então pegue um caneta e papel ou elabore uma planilha no excel e mão à obra.
*Artigo escrito em parceria com Fabíola D. P. Guizilini (fabiolaguizilini@hotmail.com) e Hellen D. Lima (hellendiasadm@hotmail.com), estudantes do 6° período do Curso de Administração da Universo, Campus Juiz de Fora – MG.
Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Professor da Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e professor licenciado da Fundação Educacional Machado Sobrinho, todas as instituições em Juiz de Fora - MG. Também é economista do Centro Regional de Inovação de Transferência e Tecnologia (Critt) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O autor ministra palestras, para empresas, na área de Inteligência Financeira, Gestão de Pessoas, Relacionamento Interpessoal, Marketing Pessoal e Gestão do Tempo. É autor do livro "Crédito Rural e Produtividade na Economia Alagoana" pela EDUFAL. É colunista do Portal ACESSA.com e coautor de artigos na Folha de São Paulo on line (com o colunista Samy Dana, Professor da FGV - SP).Saiba mais clicando aqui.
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