Ser jovem aos 23 ou aos 31 gera o mesmo desafio na hora de abrir um neg?cio. O importante ? a postura em rela??o ao mercado
S?lvia Zoche
Rep?rter
18/05/05
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Para que um neg?cio d? certo, ? preciso muito mais que a "gen?tica financeira da fam?lia". Uma bela id?ia, nicho de mercado e car?ter empreendedor s?o fundamentais.
Mas, antes de entrar em a??o, um alerta: a rela??o passional com o produto que se deseja colocar no mercado. "A busca por informa?es e uma postura mais t?cnica, mais questionadora s?o essenciais. Quando se cria uma rela??o passional, o neg?cio tende a n?o dar certo", comenta o t?cnico da N?cleo Regi?o de Juiz de Fora, do Sebrae, Marcelo Rother de Souza (foto ao lado).
Segundo ele, para se ter sucesso no empreendimento n?o importa a idade. "O mercado n?o quer saber se a pessoa ? jovem ou n?o. O que vale ? uma id?ia luminosa", diz.
Alguns fatores apontados por Rother devem ser olhados com cuidado.
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Para saber os desafios que o jovem pode enfrentar buscamos depoimentos de alguns empreendedores, leia abaixo as hist?rias:
Camisas estilizadas As irm?s Cintia Loos, 25, e Simira Loos, 27, (foto abaixo) entram no mercado aos poucos. Algumas tribula?es fizeram e ainda fazem parte do processo de crescimento do neg?cio de camisas estilizadas.
Clique para ampliar a imagem Mas, h? quatro anos, o que Simira queria, mesmo, era vender quadros em ?leo sobre tela, que pintava. "Como s?o caros, estava dif?cil vender". Simira fez uma experi?ncia. Pintou bonecas (como as que se fazem em quadrinhos, clique), em vez de paisagens. Para saber se ficaria bom, ela testou em uma camisa de malha. Ao mostrar a camisa na escola em que trabalhava, as encomendas come?aram. A irm? Cintia j? fazia faculdade de Administra??o e come?ou a ajudar com a parte burocr?trica. Abriram uma loja chamada "Achei a Sua Cara" - nome da marca das camisas, tamb?m - e reconhecer firma. "Al?m das camisas, vend?amos produtos da feira hippie de Belo Horizonte. S? que as camisas eram mais procuradas e n?o t?nhamos um estoque. Para somar, o aluguel estava caro. Fechamos a loja e paralisamos a empresa", conta Cintia. A solu??o foi procurar ajuda no Sebrae. Pediram consultoria e um m?s depois estavam na feira do Sal?o de Oportunidades, em Belo Horizonte. "Foi uma loucura. Em menos de um m?s, pintamos 300 camisas", lembra Simira. Venderam quase todas no stand em que ficaram e descobriram que precisavam se informar mais. "As pessoas queriam encomendar e a gente n?o sabia dizer a quantidade, mas foi bom para aprendermos", conta. Na feira, tamb?m viram que deixaram escapar uma oportunidade. "Pintamos somente dez camisas infantis e a procura foi enorme", lamentam. Mas desistir n?o faz parte do vocabul?rio das irm?s. J? fizeram um desfile de suas camisas para ajudar, voluntariamente, o Hemominas, em novembro de 2004. Simira, que voltou a estudar Pedagogia, j? recebe encomendas de alunas de faculdades. "Elas querem que eu pinte o nome da faculdade. Uma professora j? me pediu que eu pintasse em braile", conta sorridente. Enquanto isso, Cintia espera formar-se em Administra??o para retomar os neg?cios junto a irm?.
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Bolsas personalizadas Fernanda Feliciano Costa, 31, e Renata Feliciano Costa, 26, s?o irm?s, e moram em Santos Dumont/MG. Elas est?o, h? quase dois anos, no ramo de bolsas personalizadas com pedras acr?licas e semi-preciosas e tecidos diferentes, como fibras de bananeira, til?pia, cetim, indiano, r?men, entre outros. A id?ia era uma vontade de Fernanda que teve a irm? como s?cia h? pouco tempo. "Ela faz faculdade de Economia e j? tornou-se uma pe?a fundamental para o neg?cio", afirma Fernanda. A procura por pedras ideais e pesquisa fizeram parte dos neg?cios. "Precisava de pedras que fossem furadas e, ao mesmo tempo, n?o fossem pesadas". Para Fernanda, persist?ncia e cren?a ? que fazem o empreendimento prosseguir. "Acredito muito no que fa?o". Al?m disso, procurou a ajuda do Sebrae para orienta?es administrativas. J? participaram de feiras em Belo Horizonte e trabalham somente com encomendas, no ateli? localizado em sua casa. "Somos em tr?s. Eu, minha irm? e mais uma funcion?ria. Conseguimos confeccionar 10 bolsas por dia. ? muito para tr?s pessoas, mas n?o ? suficiente para larga escala", conta. A divulga??o do produto ? feita em eventos, como feiras. "Algumas pessoas se interessam e divulgam a outras. J? temos algumas propostas, inclusive em Juiz de Fora". Uma loja, em S?o Paulo, pede exclusividade nas vendas das bolsas na capital. "O material ? diferenciado, mas confesso que ? um produto que precisa evoluir. Tudo tem seu tempo", ressalta. Como Fernanda est? finalizando uma sociedade antiga, ela ainda n?o pode formalizar a nova firma. Mas acredita que isso acontecer? em breve. "A evolu??o do neg?cio atual faz com que eu persista", conclui. Clique nas fotos para v?-las ampliadas |
Programa Jovem Empreendedor
O programa ? uma parceria entre o Sebrae,
Minist?rio do Trabalho,
Banco do
Brasil
e Caixa Econ?mica Federal - n?o acontece todos o anos - para jovens entre 16
e 24 anos. Em 2005, foram
abertas inscri?es.
Em Juiz de Fora, foram 52 projetos inscritos, 20 foram aprovados e 15 participam do treinamento. A primeira etapa ? de capacita??o dos jovens sobre o "saber empreender", finan?as, planos de neg?cios e pesquisa de mercado. O processo seguinte - que os selecionados se encontram, atualmente - ? a consultoria para que os novos empreendedores possam tra?ar seus planos de neg?cios. Por fim, os projetos s?o encaminhados para a an?lise dos parceiros do programa.
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