Comércio tem movimento atípico na véspera do feriado Tradicionalmente, data costuma representar baixas no setor. No entanto, lojistas registraram aumento nas vendas, comparando com as segundas-feiras normais
Repórter
6/9/2010
O feriado na terça-feira, 7 de setembro, faz com que muitos estabelecimentos, como instituições de ensino e repartições públicas, não funcionem. Com isso, muitos juizforanos veem como uma oportunidade de emendar a segunda-feira, 6, e colocar o pé na estrada já no sábado,4. Com essa evasão, o natural é que as ruas da cidade fiquem vazias e o comércio amargue prejuízos, não só do feriado, quando no Centro as lojas não abrem, como também na véspera. No entanto, o que aconteceu nesta segunda superou as expectativas e refletiu justamente o oposto: ruas lotadas e lojas abarrotadas.
Para comerciantes, como a vendedora de uma loja de bolsas e acessórios femininos, Suelen Mayra, o feriado favoreceu as vendas e, em comparação com segundas-feiras tradicionais, o lucro atingiu 30%. "As vendas vão até compensar o feriado na terça", destaca Suelen.
Outra que viu os lucros subirem foi a gerente de uma loja de vestuário feminino, Ana Maria da Silva. "Não esperava esse movimento. Com o feriado na terça, muita gente compra no sábado. Comparado com outras segundas, o movimento foi 35% maior", defina.
Para Ana Maria, a explicação para essa movimentação são as pessoas que vêm de outras cidades, aproveitando o feriado prolongado. "Tem muita gente que não é de Juiz de Fora. Muita gente sai para viajar, mas muitas pessoas também vêm para a cidade", aponta. Para a assessora de comunicação de um shopping localizado no bairro Cascatinha, Mônica Machado, o percentual de vendas no estabelecimento, que terá as lojas funcionando no feriado, é grande, justamente pelas pessoas que são de fora da cidade.
"Hoje temos um fluxo muito grande de pessoas de cidades do entorno de Juiz de Fora. Uma média de 20 mil pessoas circulando, o que representa até 15% a mais do que os dias normais. Feriado sempre é lucro", destaca. Conforme Mônica, as atividades oferecidas no shopping, como cinema, diversões para crianças e opção para turismo, são atrativos.
O presidente da associação dos lojistas desse shopping, Paulo Yamin, aponta um incremento nas vendas. "É um crescimento absurdo, principalmente de pessoas de fora. O fluxo desta segunda foi muito maior do que o de qualquer outra." Ao consultar um comerciante que possui um estabelecimento na praça de alimentação, este apontou um aumento de mais de 50% nas vendas de almoço nesta manhã.
Outro lado da moeda
O superintendente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio), Sérgio Costa de Paula, aponta um déficit de 6% nas vendas para o feriado. "Na sexta o reflexo já é observado. A semana fica picada e é até difícil recuperar o prejuízo." Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Vandir Domingos, esse percentual de prejuízo pode até superar 10%. "Todo feriado prejudica, principalmente no meio da semana. A cidade fica parada e a semana morta. Os funcionários que recebem por produtividade reclamam, pois não recuperam o tempo perdido.".
A vendedora de uma loja de vestuário unissex, Cláudia Helena Xavier, comenta que esse prejuízo não pode ser recuperado e que não foi maior, porque o feriado está próximo do início de mês. "Início de mês não prejudica muito, pior se fosse no final." Não apenas em lojas, mas nos camelôs as baixas também são notadas. "Feriados bons são os que caem nas segundas e sextas-feiras. Vendi 20% a menos por causa do feriado", aponta Eustáquio de Souza.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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