Terça-feira, 19 de maio de 2009, atualizada às 17h57

Desemprego em JF contribui para o aumento da inadimplência no comércio

Clecius Campos
Repórter

O comércio de Juiz de Fora sente os reflexos do desemprego na cidade, provocado pela crise financeira. Uma pesquisa realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) aponta um aumento de 11,58% na inadimplência.

No primeiro quadrimestre do ano, as lojas inscreveram 27.110 juizforanos em órgãos de proteção ao crédito. No mesmo período de 2008, foram 24.351 pessoas.

O presidente da CDL, Vandir Domingos, afirma que a falta de planejamento financeiro, a facilidade de compra a prazo e as taxas cobradas pelas operadoras de cartões de crédito foram motivos apontados pelo crescimento da inadimplência. "Pessoas que efetuam compras em seu nome para favorecer amigos ou conhecidos também correm o risco de ficarem com o nome sujo, caso a pessoa não sane a dívida. O auxílio é arriscado."

Para o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista em Juiz de Fora (Sindicomercio), Oddone Turolla, a inadimplência está diretamente relacionada ao número de demissões. "Se uma pessoa fica sem receber o salário porque perdeu o emprego, deixa automaticamente de acertar suas dívidas."
Saldo negativo no emprego formal

Juiz de Fora perdeu 111 postos de trabalho com carteiras assinadas no último mês. O dado foi divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) na última segunda-feira, dia 18 de maio. Segundo as estatísticas do Caged, 4.119 pessoas tiveram a carteira assinada em abril, enquanto 4.230 foram demitidas. Os piores saldos foram registrados na construção civil (-167) e no comércio (-146).

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria e Construção Civil de Juiz de Fora, Leomar Delgado, a situação da economia mundial é responsável pelos números apresentados pelo Caged. "O período ainda é tenso e a recuperação acontece devagar. A economia começa a dar sinais de melhora, mas o mercado ainda passa por um período de adaptação."

Outro motivo para o saldo negativo seria a sazonalidade das atividades do setor. "No mês passado, o saldo divulgado pelo Caged foi positivo, indicando mais admissões. No entanto, pode ser que durante esse mês grandes obras tenham sido terminadas, ocasionando as demissões. O resultado é uma ondulação natural."

No comércio varejista da cidade, Turolla afirma que as demissões se devem ao período de retração pelo qual as empresas passam. "É preciso entender que as lojas precisam enxugar o quadro de funcionários para se manter em funcionamento."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!