Especialista dá dicas para identificar dinheiro falso A cédula de R$ 50 está entre as mais falsificadas, assim como a moeda de R$ 0,50. MG é o 3º Estado em número de falsificação

Aline Furtado
Repórter
19/8/2010

Somente no primeiro semestre de 2010, foram identificadas 226.339 cédulas de Real falsificadas em todo o país. O Estado de Minas Gerais é o terceiro em número de falsificações, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro.

Diante destes dados, é bom ficar de olho no dinheiro que circula por aí, o que inclui cédulas e moedas. "É preciso conhecer aquilo com o que estamos lidando. Poucas pessoas sabem dizer quais são as imagens que estampam as notas, por exemplo", destaca o responsável pelo Departamento de Meio Circulante do Banco Central, José Francisco de George.

De acordo com George, a nota mais visada pelos falsificadores é a de R$ 50; já a moeda é a de R$ 0,50. Ele lembra que todos têm direito de verificar, ao receber o dinheiro, os elementos de segurança que comprovam a veracidade do mesmo. "Não é vergonha e nem constrangimento."

Entre os elementos de segurança, ou seja, os itens que auxiliam no reconhecimento de uma nota verdadeira, estão a marca d'água, as fibras luminescentes, o fio de segurança, fibras coloridas, faixa holográfica, o registro coincidente, a imagem latente, o auto-relevo e as microimpressões (ver ilustração abaixo). "Entretanto, nem todas as notas apresentam o fio de segurança. Já a faixa holográfica só existe nas cédulas de R$ 20, que são as mais modernas produzidas e que estão em circulação no Brasil."

George lembra que a textura do papel também deve ser observada. "O papel é áspero e dá para perceber que há impressão em alto relevo na Efígie da República [o rosto feminino impresso na cédula], na tarja do Banco Central, na numeração e onde está grafado 'Reais'." Outra dica importante diz respeito às assinaturas estampadas na frente da nota, visto que estas estão relacionadas com um período histórico. "Recebemos cédulas com erros grotescos, como a impressão de nomes, de tempos atrás, em cédulas identificadas como recentes."

Moedas

Embora mais difícil de serem falsificadas, por requerer um custo maior, as moedas também são alvo da ilegalidade. Segundo George, há muito mais moedas falsas no mercado do que se imagina. Uma dica para identificar uma possível falsificação é o fato de a moeda não descascar. "O material usado na cunhagem não possibilita a perda de cor. A moeda não descasca como se fosse um esmalte em unhas."

Os elementos de segurança que auxiliam na identificação das moedas são variáveis, já que dependem do valor, o que define diâmetro, massa, espessura, borda e material. "Há quem utilize um imã para aproximar a moeda, o que definiria sua veracidade. Contudo, isto não resolve porque há moedas fabricadas antes de 2002 que não possuem aço, com isso, não serão aproximadas quando expostas ao imã."

Caixa de atendimento automático

Se a suspeita de falsificação ocorre após o saque em caixas eletrônicos, George ensina que o ideal é que a pessoa retire o extrato em seguida para, posteriormente, procurar um gerente bancário. No caso de o caixa estar dentro de uma agência, o gerente deve ser acionado. "Se não resolver, procure a Polícia Federal ou a Polícia Civil, a fim de registrar ocorrência."

Em casos assim, não existe legislação que obrigue a reposição do dinheiro sacado. "Aproximadamente 78% das reclamações que recebemos no Banco Central dizem respeito a esta não obrigatoriedade."

Não aceite!

No caso de cédulas rasgadas, queimadas, rabiscadas etc., George explica que, se os elementos de segurança não podem ser verificados, elas não devem ser aceita. "Às vezes o dinheiro ainda tem valor, mas como está deteriorado, as pessoas não são obrigadas a aceitá-lo." A orientação é que a troca da cédula seja efetuada em agências bancárias. Cédulas rasgadas só devem ser aceitas se uma das partes apresenta mais que 51% do total da mesma.

Passe o mouse sobre números e conheça os elementos de segurança


Os textos são revisados por Thaísa Hosken


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