Quinta-feira, 21 de outubro de 2010, atualizada às 16h31

Impasse emperra negociação salarial entre patrões e empregados do comércio

Clecius Campos
Repórter

Um impasse entre os interesses de patrões e empregados do comércio tem emperrado a negociação salarial da classe. A data-base venceu no dia 1º de outubro e, por conta de divergências, o aumento ainda não chegou ao bolso dos trabalhadores. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Juiz de Fora, Vagner França, o que está causando o desacordo é a não aceitação por parte do sindicato patronal da implantação de um piso salarial diferenciado para os empregados em supermercados. "Estamos lutando por essa causa, pois sabemos do trabalho estressante e desgastante. O patrão não abriu mão dessa vez, mas vamos continuar tentando." Uma nova etapa da negociação ocorrerá na próxima semana.

Patrões e empregados não divulgam as porcentagens de aumento salarial em discussão para, nas palavras de França, "não gerar expectativa junto ao comerciário". Porém, segundo o sindicato que representa os funcionários, a classe quer aumento do piso, com ganho real. "No momento, a proposta patronal está muito aquém do nosso pedido. Deve haver ainda alguns encontros até que se chegue a um denominador comum."

Além do reajuste retroativo à data-base, comerciários lutam pela implantação de um instrumento conhecido como gatilho. O gatilho permitiria o reajuste automático nos salários, conforme a porcentagem de aumento no salário mínimo. "Como os dois candidatos à presidência já sinalizaram para um salário mínimo acima de R$ 600 em janeiro, vamos precisar rever também o salário do comércio." A definição do funcionamento do comércio nos feriados continuará sendo feita, segundo França. O sindicato pede ainda avanço em algumas cláusulas sociais.

O presidente do Sindicato do Comércio (Sindicomércio), Emerson Beloti, considera que no que se refere à negociação, já foram atingidas 80% das reivindicações. Segundo Beloti, o Sindicomércio apresentou uma proposta para a cláusula econômica que contempla toda a categoria. "O que pode haver de impasse não está relacionado à cláusula econômica. É uma questão setorial. No que se refere ao feriado, está muito amadurecida a ideia de que o trabalho nessas datas seja remunerado. De forma geral, negociação trabalhista é algo mesmo demorado, pois tudo tem que ser discutido com bom senso e com qualidade de conversas."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken


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