Quatro empresas de transporte de cargas já manifestaram interesse em operar no ARZM
Empresa que administra o aeroporto apresentou à Anac pedido de visita técnica ao local, para homologação das operações, o que pode ocorrer até o mês de setembro
Repórter
21/6/2011
Pelo menos quatro empresas de transporte de cargas já demonstraram interesse em operar no Aeroporto Regional da Zona da Mata (ARZM). "Posso afirmar que existem quatro empresas alinhadas conosco", destaca o diretor de operações da Multiterminais, empresa que administra o aeroporto, Denilson Duarte. Segundo ele, são empresas de transporte de eletroeletrônicos, de produtos farmacêuticos e do gênero alimentício.
De acordo com o Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o aeródromo já se encontra aberto ao tráfego. O acordo que permite a operacionalização do aeroporto foi assinado em junho de 2010, sendo válido por 15 anos, renovável a cada cinco anos. No dia 27 de maio, segundo informações da assessoria da Anac, a empresa Azul protocolou o pedido para operar voos comerciais de passageiros do ARZM para o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e vice-versa.
A previsão é que o início das operações se dê no dia 4 de agosto, data solicitada pela empresa Azul à Anac. Contudo, Duarte lembra que a Multiterminais apresentou, há três semanas, uma solicitação de visita técnica à unidade. "Esta visita do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) é necessária para que ocorra a homologação por parte da Anac, para, enfim, as operações de transporte de cargas e passageiros, assim como voos noturnos, serem iniciados." De acordo com o diretor, o prazo para que a Anac verifique as condições do aeroporto é de 90 dias, o que excederia o prazo de 4 de agosto.
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Hoje, há 30 funcionários da Multiterminais trabalhando no local, executando funções que vão desde a área administrativa até a técnica. Já foram investidos, pela empresa, R$ 6,5 milhões em equipamentos. "Está tudo pronto para o início das operações, estamos aguardando apenas a homologação da Anac. Já contamos com equipamentos como detector de metais, raio X, estação de rádio, monitores para orientação de passageiros, materiais para check-in, área de embarque e desembarque, esteira, monitores para orientação dos passageiros, entre outros."
Segundo Duarte, as adequações exigidas, como a melhoria da estrada de acesso, assim como a retirada de um morro localizado na zona de proteção, não são impedimentos para que o aeroporto comece a operar. "Aproximadamente 80% do morro já foi retirado. Além disso, com relação às condições da estrada, estamos investindo em prol do conforto dos passageiros. Criaremos, inclusive, uma linha de ônibus que fará a conexão Juiz de Fora-Aeroporto Regional da Zona da Mata."
O diretor destaca que o aeródromo já recebeu visitas de representantes de todas as grandes companhias aéreas. "O resultado destas avaliações foi muito positivo e houve, sim, interesse em operar." Além de voos nacionais, a intenção é de que até o final de 2011, o ARZM passe a integrar a categoria 8, que permite o atendimento internacional. "Desde o início das operações, estaremos aptos a receber qualquer tipo de aeronaves, incluindo boings 747, aviões de carga e de grande porte, com capacidade de até 110 toneladas."
Avanço
A intenção é que o aeroporto se consolide como central de recepção e distribuição de cargas, atendendo demandas de cargas principalmente das capitais de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Para o diretor da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Lourival Baptista de Oliveira Júnior, para isso, será preciso definir uma Matriz Aeroportuária para o ARZM, que inclui a habilitação para transporte de carga e de passageiros internacionais e operação diurna e noturna; implantar o Aeroporto-Indústria; além de estabelecer incentivos tributários para aquisição de combustíveis de aviação e instalação de unidades produtivas. "É preciso aproveitar melhor as condições logísticas, afinal, estamos muito bem localizados."
Para o secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fábio Veras, o fato de a região estar buscando formas de se organizar coletivamente, por meio da Agenda Regional de Desenvolvimento da Zona da Mata, pode favorecer ainda mais o crescimento. "Atitudes como esta podem fazer do Aeroporto Regional da Zona da Mata um polo avançado de suporte industrial." A expectativa é que a unidade gere 80 empregos diretos e 200 indiretos, em setores como vigilância, manutenção e alimentação.
Intervenções
As obras de melhorias das condições operacionais do aeroporto, que incluem a remoção de obstáculos naturais no plano de proteção do aeroporto, a implantação de áreas de segurança e implantação de área de giro para aeronaves, possibilitando o pouso e decolagem e voos noturnos com aviões de grande porte, são de reponsabilidade da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) e incluem gastos de R$ 13 milhões.
As obras incluem, ainda, intervenções na estrada de acesso ao aeroporto, no trecho a MG-353 ao ARZM, com cerca de 25 quilômetros. Há, ainda, previsão de implantação e pavimentação de uma via de cerca de 15,3 quilômetros, passando próximo à represa João Penido, com ligação direta entre a BR-040 (na altura da Barreira do Triunfo) e a MG-353 (próximo a João Ferreira), com a construção de um viaduto com comprimento total de 41 metros e 16,7 metros de largura. De acordo com a secretária de Planejamento do Estado de Minas Gerais, Renata Vilhena, a empresa que ficará responsável pela ligação já foi contratada.
O traçado da via que ligará a BR-040 à MG-353 é motivo de críticas para o professor da Faculdade de Engenharia da UFJF, Cézar Henrique Barra Rocha. "Há várias alternativas locacionais com nove quilômetros, 18,5 quilômetros, 25 quilômetros, 28 quilômetros e 30 quilômetros para a mesma ligação. A Represa Doutor João Penido é o nosso maior patrimônio ambiental, responsável por até 60% do abastecimento de água potável para Juiz de Fora. A Rodovia proposta pelo DER [Departamento de Estradas de Rodagem] atravessará as suas principais várzeas e córregos.
As obras do Aeroporto Regional da Zona da Mata foram iniciadas em agosto de 2001, com a terraplanagem do terreno, que fica entre as cidades de Goianá e Rio Novo, e concluídas em 2003. De acordo com dados da Setop, a primeira etapa de obras demandou investimentos da ordem de R$ 80 milhões. O ARZM será o segundo maior do Estado, com pista com 2,5 mil metros de extensão, 45 meros de largura, além de 7,5 metros de acostamento em cada lado. O ARZM foi implantado por meio do Plano Diretor Aeroportuário.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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