Terça-feira, 8 de outubro de 2013, atualizada às 15h21

Reajuste do IPI de móveis e da linha branca deve impactar as vendas em Juiz de Fora

Eduardo Maia
Repórter
Linha de geladeiras

O recente aumento nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de eletrodomésticos da linha branca e móveis já tem refletido nos preços dos produtos em Juiz de Fora. Com o reajuste, o governo pretende atingir gradualmente os percentuais originais, que foram desonerados em dezembro de 2011, como fórmula para estimular o consumo no setor diante da crise.

As novas alíquotas passaram a vigorar desde o dia 1º de outubro e, de acordo com o Ministério da Fazenda, serão válidas até o dia 31 de dezembro. O percentual aplicado sobre a base de cálculo do preço do fogão passará de 3% para 4%; da geladeira, de 8,5% para 10%; do tanquinho, de 4,5% para 5%, da máquina de lavar permanecerá em 10%; e de móveis e painéis subirá de 3% para 3,5%.

O gerente da unidade de uma rede de lojas de eletrodomésticos e móveis em Juiz de Fora, Anderson Pinto, considera que o aumento já começa a refletir nos preços dos produtos, mas afirma que estão buscando alternativas para que isso não impacte diretamente no bolso do consumidor. "Estamos com falta de produtos na loja, porque não está havendo negociação junto com a indústria. A nossa empresa negocia com a indústria para tentar não repassar este preço para o consumidor e tirar essa diferença do IPI, porque se a gente repassar, será um aumento de até 10% em alguns produtos", afirma.

Já para o proprietário de uma loja de móveis na rua Marechal Deodoro, Arleni Alves Monteiro, a variação representa um aumento nos preços. "É lei, e a gente repassa diretamente. Não há o que fazer. Já estamos acostumados com o aumento e a diminuição desses impostos, mas a gente vai adequando", diz. O lojista ressalta que é possível facilitar a compra, aliviando nas formas de pagamento, já que os juros dos parcelamentos complicam ainda mais a situação. "Nós dividimos sem juros em até seis vezes no cartão, para atrair o cliente."

Alíquota IPI MóveisIndignado com a quantidade de impostos cobrados no país, o proprietário de uma loja de móveis na avenida Getúlio Vargas, José Venâncio Pereira, critica o recente aumento das alíquotas. "Já pagamos impostos demais. Precisamos vender e o cliente é que é penalizado. Com esses aumentos, o salário passa a não valer nada para o bolso do consumidor", observa.

Pereira conta que para diminuir o impacto, também oferece parcelamentos, além de reforçar o estoque para que possa balancear os preços atuais com os antigos. "Com o meu capital de giro, eu compro à vista, a um preço muito bom. Por exemplo, se eu compro 12 armários, e pago à vista, ganho um. É o que me permite suavizar no bolso do cliente. Senão, essa quantidade de impostos lesa o consumidor", revela.

Para a pedagoga Rosane Magaldi, cliente de uma das lojas, o aumento nos preços dos móveis ainda não é perceptível. "Nos preços dos móveis, é pequena a diferença. Ainda não é assustador. Mas a gente tem sempre que pesquisar", avalia.

Vendas de final de ano

Apesar de contestarem o retorno das alíquotas, os comerciantes concordam que a medida não deve interferir nas vendas de final de ano. "Eu não acredito que este aumento vá alterar as vendas de final de ano. É a época em que se arrecada mais, um upgrade nas vendas. A nossa perspectiva é a de que estamos tentando alavancar as nossas vendas em torno de 10 a 20%. Eu acredito que vá ter boas promoções, porque a indústria vai querer negociar", afirma Silva.

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