Quarta-feira, 8 de janeiro de 2014, atualizada às 16h09

Gastos do início do ano devem impactar no bolso dos juiz-foranos

Eduardo Maia
Repórter
IPVA

Os juiz-foranos começam a se preparar para os pagamentos referentes aos impostos do início do ano e com a compra dos materiais escolares. IPVA, IPTU, licenciamento de veículos e seguro DPVAT são as taxas que devem mexer no orçamento do cidadão neste período. A ACESSA.com fez um levantamento no Centro de Juiz de Fora, para saber como as pessoas estão planejando para quitar estes tributos.

A tabela para pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em Minas Gerais, foi divulgada no último dia 2. Os vencimentos podem ser pagos à vista no dia 15 de janeiro ou parcelados a partir deste dia até 28 de março.

O engenheiro Luiz Felipe Fonseca Santiago, 33, afirma que não teve surpresa no valor do imposto veicular. Ele diz que opta pelo parcelamento, já que o desconto é baixo. "Achei que ia ter uma redução maior do IPVA, por causa da desvalorização do veículo, mas não teve. Como o desconto é baixo, prefiro pagar parcelado. Se o desconto for de 3 a 4%, não compensa", afirma.

A assistente social aposentada, Neuzete Marques André, 68, abdicou do conforto de um veículo em razão dos altos custos e opta pelo aluguel, quando necessita. "Eu tinha carro, agora passei a alugar, somente para quando eu preciso. Fica muito mais barato, se você for levar em conta a quantidade de impostos e custos de manutenção. Quando preciso viajar, eu pago motorista e também ando de táxi. Já meus sobrinhos e minha filha têm carro. Pagam um absurdo de taxas", diz.

Empresário do setor de vendas de motocicletas, Anderson Gomes prefere pagar os tributos de uma só vez. "Opto pelo pagamento à vista, faço uma reserva durante o ano todo para no começo do ano pagar tudo." Segundo ele, é possível economizar um pouco a cada mês do ano anterior, evitando apertos e aproveitando os descontos.

Formas de pagamento

A economista Carolina Lopes afirma que a opção pelo pagamento à vista ou pelo parcelamento deve variar conforme a condição financeira de cada um. "Isso depende muito da situação de cada pessoa. É bom verificar a taxa de juros, mas também a disponibilidade para o pagamento naquele mês. Se ela tem alguma reserva que ela pode utilizar para esse pagamento, ótimo, mas é preciso avaliar se não há outros compromissos. É importante anotar os custos, levantar todos os gastos mensais, pra ver se há condições", explica.

Como exemplo, Carolina cita que a pessoa deve avaliar se o desconto oferecido tem um percentual que compense quitar o tributo à vista. "O IPVA não tem uma taxa tão atrativa. Se tem um dinheiro parado, a pessoa tem o desconto. Mas se ela não tem o dinheiro, não compensa pagar à vista, quando não é uma taxa atrativa. É melhor ela guardar o dinheiro e ir pagando aos poucos", orienta.

IPTU

Em Juiz de Fora, a Prefeitura começa a distribuir o carnê do IPTU no próximo dia 17. O cidadão tem até o dia 10 de fevereiro para quitar o imposto com desconto de 8%. Caso o imóvel ou terreno tenha algum débito relacionado à inscrição imobiliária, o desconto será de 5%. O juiz-forano ainda pode optar pelo parcelamento em até 10 vezes, sendo a primeira programada para o mês de março e a última para o mês de dezembro.

Bancária aposentada, Wanda Silva, 81, diz que o parcelamento da taxa de IPTU facilita o equilíbrio das contas. "Pago o IPTU parcelado. Acho que é um dinheiro muito alto em uma época em que a gente gasta tanto. É preferível pagar parcelado, porque o impacto nas contas é menor a cada mês", diz.

A pedagoga Neusani André Alves, 70, considera alta a taxa do imposto, em comparação com as de outros municípios. "Minha irmã mora no Rio de Janeiro e tem casa em Cachoeiro do Itapemirim (ES). O IPTU que pago em Juiz de Fora é muito mais alto. Meu marido opta pelo parcelamento, porque senão dificulta." Neusani afirma que uma reserva é importante para controlar os gastos. "Tenho uma aplicação, um dinheiro na poupança para me resguardar. Em caso de emergência, eu tenho uma reserva para cobrir", diz.

A universitária Raíssa Sandi Garcia, 21 anos, também reclama do preço do Imposto. "Meu pai é quem para o IPTU. Para quem ganha o necessário para quitar as contas, é muito difícil pagar à vista. O salário aumentou, mas tudo aumentou também, inclusive alimentação e o aluguel."

Material Escolar

O período também vem acompanhado de gastos com material escolar. Moradora do bairro Nova Era II, a balconista Rosely Maria, 41, tem dois filhos, de 17 e 10 anos. Segundo ela, as compras deste ano já têm causado impacto no orçamento mensal. "Os preços estão variando muito de uma loja para outra, principalmente as mochilas. Tudo está mais caro do que o ano passado. Comprei pouca coisa e já gastei R$ 102. Não é nem metade da lista que a escola pediu. Prefiro pagar o material à vista, não faço pesquisa", comenta.

A diferença nos preços também é notada pela secretária Marise Loures Gomes, 30. "O material está muito mais caro. Temos uma filha de 7 anos, que estuda em escola particular e só o livro didático custa R$ 500. O material sai todo em torno de R$ 400. Isso preço à vista, porque parcelado é mais caro."

Carolina explica que há alguns cuidados que podem ser tomados durante a compra dos materiais. "A primeira coisa que tem que observar é que nem todos os itens são obrigatórios. Existem alguns itens que as escolas não podem pedir. Mesmo a escola sabendo que não deve pedir, coloca na lista e a pessoa sem orientação acaba comprando", analisa.

De acordo com a economista, a opção pela pesquisa de preços é um fator que pode ajudar a economizar. "É recomendável, fazer três orçamentos e nem sempre comprar tudo na mesma loja. O que vai conseguir de desconto comprando parte em uma loja e parte em outra, compensa. A diferença pode ser grande. A comodidade e a praticidade nem sempre levam ao menor preço. O que vai economizar em cada item pode parecer pouco, mas às vezes dá para comprar um novo item. Quando os pais se unem para comprar uma quantidade maior também é uma opção pois dá pra tentar um desconto maior."

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