Mesmo na crise, e-commerce registra aumento das vendas no Brasil
Segmento vem se destacando e comércio tradicional estuda formas de adaptação às novas plataformas
Repórter
03/10/2015
O comércio eletrônico vem crescendo no país, mesmo diante do cenário da crise econômica. Segundo o relatório WebShoppers, realizado pela E-bit, do BuscaPé, o segmento alavancou 16% no primeiro semestre de 2015, em comparação com o mesmo período do ano passado. O número representa um faturamento de R$ 18,6 bilhões pelas empresas de e-commerce. No entanto, em volume, houve queda de 7% no total de pedidos registrados no período. O aumento foi possível pois aumentou em 13% o preço médio pago por internautas em cada compra, para R$ 377.
E por que o e-commerce cresceu? Preços mais baixos, facilidade de compra e uma ampla busca por mercados vendedores são os atrativos. "Acreditamos que uma marca que está a apenas um clique de distância do cliente tem muito mais chances de se destacar. A principal vantagem é estar ao alcance de todos, 24h por dia. Nossos clientes se sentem em casa e mais livres para navegarem e escolherem os produtos com calma sem a pressão de um vendedor. Ainda assim temos uma equipe de atendimento simpática e eficiente a postos para solucionar qualquer dúvida. Além disso, atualmente fazemos vendas por atacado para lojistas que nos representam em todos os estados do Brasil", explica o assessor de marketing e comunicação da Chico Rei, Tiago Vieira.
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Para o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti, o comércio eletrônico é uma tendência a ser explorada no presente. "O e-commerce hoje é praticado pelas grandes empresas. O Sindicomércio, pensando nessa possibilidade, para fomentar as vendas, lançou um aplicativo para criar o hábito do lojista pequeno e médio de colocarem seus produtos online, além de ofertar empregabilidade. Assim, criamos uma oportunidade para os lojistas entenderem que a venda interativa vem crescendo e eles podem participar desse jogo. As grandes empresas têm departamentos que cuidam do e-commerce, e nas empresas menores, você não tem. Muitas das vezes é uma só pessoa que cadastra, além do custo de manutenção. Precisa de material humano. O aplicativo é caro, o sindicato vai gastar de R$ 25 a R$ 30 mil anuais de manutenção, e vamos dar oportunidade para todas empresas participarem. O e-commerce cresceu porque as grandes companhias estão nadando de braçada nesse mercado, que 95% do comércio não participa. O empresário tem uma falsa ideia de que a internet acaba com o negócio dele. Nós incentivamos que, se ele não tem como impedir a evolução, precisa participar dela, sem resistência. Esse é o grande desafio. Muitas empresas, mesmo que gratuitamente, não adotam essa nova filosofia de mercado", garante.
E até o ramo culinário entrou na internet. O empresário Dimas Rodrigues, proprietário da Food4Fit, explica que as redes sociais tiveram um importante papel no crescimento da sua marca. "Começamos o nosso trabalho online e hoje o e-commerce dita boa fatia das minhas vendas. Não digo que seja o carro chefe, mas as redes sociais e o atendimento diferenciado são fatores decisivos", opina. Rodrigues também acredita que não há crise, pelo menos em seu setor de mercado. "A crise é real, mas a preocupação com uma melhor alimentação também virou uma realidade. Posso dizer que nesse ramo não há crise", afirma.
Futuro na internet
Nascida na internet, a Chico Rei garante que o futuro da empresa seguirá na grande rede. "É preciso saber para qual tipo de público se está comunicando e qual é a melhor abordagem para impactá-lo da forma mais eficiente. Falamos a mesma língua dos nossos clientes (levamos diversão a sério) e nosso objetivo é sempre estar à frente das principais tendências. Temos a sorte de trabalhar com infinitas referências da cultura pop (música, cinema, séries de TV, games, literatura, humor), visto que vários estilos convivem em harmonia por aqui. Estamos presentes nas principais redes sociais, produzindo conteúdo específico e relevante para cada rede. Somos de Juiz de Fora, cidade que amamos, e hoje nosso coração bate nos quatro cantos do Brasil sem precisar sair de casa. Acreditamos que ao surpreendermos um cliente com nossa qualidade, estamos também aumentando a confiança no e-commerce em geral. Quando alguém compra na Chico Rei e fala bem nas redes sociais, por exemplo, ela está beneficiando a todos que trabalham sério no ambiente online", revela Vieira.
O proprietário da Food4Fit vai além e garante que, apesar das vendas online representarem uma boa fatia dos números, o relacionamento pessoal continua sendo o mais importante. "Algumas empresas estão perdendo sua identidade, justamente por apostarem tudo no online, e se esquecerem do cliente como pessoa, e não apenas um número de pedido. Nós apostamos no online, mas com um pé seguro no corpo a corpo, com clientes que acabam se transformando em colaboradores da marca. Nosso atendimento é o diferencial, e confesso, prefiro a venda presencial", conclui Dimas.
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