SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma menina de três anos e meio que nunca tinha deixado o hospital recebeu alta na tarde desta terça-feira (17) com uma festa de despedida em Palmas (TO).

Maria Eloísa Rodrigues, que nasceu com displasia campomélica, uma síndrome rara que atinge o desenvolvimento dos ossos do corpo, passou todos os dias da vida internada no Hospital Geral de Palmas por precisar de ventilação mecânica.

Pouco antes do nascimento da garota, a mãe dela, Eline Rodrigues, 27, foi informada que a filha não sobreviveria por mais de uma semana devido à gravidade da doença.

"Ela contrariou a medicina porque a última palavra é de Deus, não é do homem", afirmou a mulher em entrevista à reportagem.

Eline, que tem outros dois filhos, ia ao hospital três vezes por semana para acompanhar o desenvolvimento da filha. Ela e a menina fortaleceram laços com os funcionários da UTI, que hoje são a segunda família de Eloísa.

Ao longo dos três anos, os profissionais trabalharam para tentar fazer o desmame da ventilação mecânica da menina, que apresentou evolução.

No começo do ano, Eloísa foi transferida da UTI do hospital para a unidade de internação e nesta terça pôde receber a alta, tão sonhada pela mãe.

"A sensação que tive [quando os médicos deram alta] foi de que havia um milagre. Quase morri de felicidade. No dia que ela saiu, foi como se estivesse nascendo novamente", lembra.

A menina ainda tem um longo caminho a percorrer, fazendo terapias que possibilitem a fala e melhorem a movimentação dela. A ida para casa, porém, sinaliza uma esperança para a família, que mora no município de Paraíso, a mais de 60 quilômetros de Palmas.

"Eu nunca tinha feito nem mesmo a decoração do quartinho, pois ela não tinha expectativa nenhuma de vida, segundo os médicos", conta Eline.

Ainda nesta terça, no primeiro dia de casa nova, a menina dormiu sem qualquer intercorrência ou estranhamento no espaço há tanto tempo planejado para ela, ao lado de bonecas, quadros decorados e objetos personalizados com carinho pela mãe.

"Realizei meu sonho de decorar o quartinho, e melhor ainda, com ela aqui com a gente. Decorei com coisas simples, mas de coração", afirma.

O contato com os funcionários do hospital pode não ser diário como era antes, mas a mãe garante que eles continuarão nos pensamentos dela. "Eles viraram família. Agradeço a Deus todos os dias pela vida de cada um deles", diz.


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