RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - Cidades de Roraima têm ficado encobertas com a fumaça provocada por queimadas no interior do estado. Há cerca de um mês, há focos de calor na região. A capital Boa Vista é uma das cidades afetadas.

Os municípios de Amaraji, Alto Alegre, Bonfim, Cantá, Iracema, Caracaraí, Mucajaí, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis e Uiramutã tiveram focos de queimadas até esta quarta (21). No fim de semana, o município de Amajari saltou de zero para 110 focos de incêndio.

Na noite de segunda (19), diversos bairros de Boa Vista foram atingidos pela fumaça. Outra área impactada é a Terra Indígena Yanomami, que recebe ar poluído em consequência de incêndios originados em Amajari e Mucajaí.

De acordo com o governo do estado, de outubro de 2023 até o momento, foram registrados 2.575 focos de calor e 946 combates a incêndios florestais. Ainda segundo a gestão estadual, 33 bombeiros atuam em dez bases no interior. O número de brigadistas foi reforçado em Boa Vista, Caracaraí, Rorainópolis e Pacaraima.

O governo de Antonio Denarium (PP) afirma que, para a região, foram expedidas apenas duas licenças para queima controlada, "evidenciando que estas queimadas que estão ocorrendo são criminosas".

Além das questões ambientais, os incêndios podem trazer impactos para a saúde, gerando tosse, falta de ar e outros problemas respiratórios, sobretudo em caso de exposição frequente.

Na terça (20), a qualidade do ar em Boa Vista foi classificada como "péssima" pela plataforma Selva, da Universidade do Estado do Amazonas. O monitoramento observa em tempo real as queimadas e mede a qualidade do ar na Amazônia. Na tarde desta quarta, o índice do ar era considerado "muito bom", após as nuvens se espalharem.

Cerca de 14 cobras e cinco rãs morreram após as queimadas no bairro de Pintolândia, em Boa Vista. Os animais foram encontrados carbonizados na manhã desta quarta.

As cidades de Uiramutã, Normandia e Amajari decretaram situação de emergência devido à estiagem.

Roraima enfrenta um período de seca, que é agravado pelo El Niño. O fenômeno aquece as águas do oceano Pacífico e reduz a chegada de frentes frias ao Brasil, impulsionando a seca na região Norte, num cenário que favorece a propagação de incêndios.

Em fevereiro, o Ministério do Meio Ambiente declarou estado de emergência ambiental até abril de 2025, em razão dos riscos de incêndios florestais em Roraima.


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