Pais de Cora??o
Hist?rias ilustram como o amor ? maior que rela?es de sangue. Na
hora da ado??o, ele continua sendo o ingrediente fundamental para o sucesso
da
fam?lia
Rep?rter
julho/2006
?O amor verdadeiro t? na alma, no cora??o. Amar uma pessoa independe do fato de ela ter seu sangue ou n?o.? Com essa frase, Matheus Hugo Rezende (na foto com o filho), de apenas 24 anos, resume com maturidade a sua forma de encarar a paternidade do filho adotivo, J?lio, ou Juli?o, como ele prefere dizer quando vai apresentar a crian?a.
??....Juli?o, t? cada dia mais parecido com o pai, bonito que s?. Essa ? apenas mais uma das frases que ele soltou v?rias vezes ao longo da entrevista, numa vis?vel ?baba??o de ovo? como completa a mulher St?fani. O filh?o est? na casa da fam?lia h? quatro meses, e desde ent?o, t?m sido o centro das aten?es n?o s? do jovem casal, como dos av?s que v?o, no m?nimo, tr?s vezes por semana visitar o novo neto.A decis?o de adotar um filho, de acordo com o casal n?o foi nada dif?cil. Matheus e St?fani namoram desde os 19 anos, quando se conheceram na faculdade. O casalzinho da turma de Direito namorou durante toda a gradua??o e logo que a formatura estava pra chegar, resolveram que iam se casar. Casaram?se, e foi ent?o que a not?cia veio: St?fani n?o podia ter filhos.
"No come?o foi muito dif?cil, n?o porque eu n?o achasse que pudesse ser feliz com um filho adotivo, mas porque a gente no fundo se sente um pouco mal por n?o poder ser uma coisa que a gente cresce ouvindo que vai ser?, conta a m?e. Passado o choque, o casal resolveu entrar com um pedido de ado??o logo em seguida.
O pai, Matheus, foi um grande incentivador. Ele conta que sonhou em poder criar um filho com a mulher que ele ama, ver na crian?a a personalidade da mulher que tanto chamou a aten??o dele. E que queria que isso acontecesse logo, porque eles j? conversavam muito sobre isso. ?N?o ? porque a gente n?o ia poder ter do nosso sangue que a gente ia adiar?, complementa.
E essa for?a de vontade parece ter trazido bons fluidos. Um processo de ado??o e muito menos simples. ? preciso que os pais cumpram os requisitos determinados em lei e que provem que tem condi?es psicol?gicas e financeiras de sustentar a crian?a. Para a hist?ria da fam?lia Rezende, tudo encaminhou mais r?pido, porque eles mesmo encontraram a crian?a que queriam. Depois foi s? conseguir a permiss?o.
Como explica Matheus, na casa de seus pais trabalha uma senhora como dom?stica h? muitos anos que ? considerada como que da fam?lia. Foi essa senhora, a dona Magali, que avisou que uma sobrinha dela ia ter mais uma crian?a e que n?o ia ter condi?es de criar.
Magali j? sabia da hist?ria do filho da patroa e imaginou que a hist?ria ia ficar boa para ambos os lados. Como conta Matheus, na ?poca da ado??o, a m?e do beb? chegou a dizer que ficava com o cora??o menos apertado porque conhecia a fam?lia que agora ia ser do seu filho. E que ela esperava que eles o criassem bem.
A promessa feita por Matheus e St?fani parece estar sendo cumprida ? risca. O novo pai ainda n?o sabe o que vai fazer para comemorar a data com ?Juli?o?, mas promete amor pra vida toda.Segundo pai
Quando se vai batizar uma crian?a, o padre sempre sacramenta que os padrinhos ser?o a segunda fam?lia da crian?a, e que na aus?ncia dos pais, devem cuidar dela como se fosse um filho leg?timo.
Na vida de Lorenzo Paulinelli(foto), pelo menos, essa hist?ria tomou forma mais que real, felizmente, sem um lado triste na hist?ria. Ele e a esposa Raquel, batizaram Lucas, o sobrinho que tamb?m virou afilhado. Lucas ? filho do irm?o de Lorenzo, e desde muito pequeno, ? muito apegado ao padrinho.
Tudo parecia realmente ironia do destino. Como se o pequeno Lucas j? estavesse se preparando para uma temporada com uma nova fam?lia. Os pais do menino tiveram a oportunidade de trabalhar no exterior, e resolveram passar um tempo longe do Brasil para tentar ganhar a vida.
Tanto os pais verdadeiros quanto os padrinhos, pertencem a classe m?dia baixa. E apesar dessa hist?ria de deixar o filho na casa do irm?o por aproximadamente dois anos para ganhar a vida l? fora parecer ?diferente?, o padrinho garante que a inten??o dos pais de Lucas eram de garantir um futuro melhor pra ele.
Feita a viagem, Lorenzo e Raquel agora cuidam da crian?a como se fossem deles. Brincam, acordam durante a noite e j? at? fizeram uma festinha de anivers?rio para o garoto. Como Lucas ? muito pequeno, eles acreditam que essa situa??o confunde um pouco a cabe?a da crian?a, mas acham que Lucas est? melhor aqui no Brasil, aos cuidados de quem tanto ama ele.
Babando, Lorenzo espera ansioso o dia dos pais com o afilhado. Ele n?o tem filhos e diz que vai viver o dia pra valer. ?Me sinto totalmente pai. Sei que o filho n?o ? meu, mas fa?o por ele como se fosse. Vou carregar essa rela??o comigo pra sempre?.
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