MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A carta em defesa da democracia que será lida nesta quinta-feira (11) na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, alcançou até mesmo policiais e militares, grupos que compõem a base do eleitorado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo levantamento feito por articuladores do documento e do site Estado de Direito Sempre!, que coleta as assinaturas, 8.281 policiais e 1.894 militares aderiram ao manifesto.
A autenticidade das autodeclarações tem sido conferida com dados disponibilizados pela Receita Federal. O mecanismo evita que fraudadores tumultuem a lista de signatários -como ocorreu quando tentaram inserir o nome do ex-juiz e pré-candidato ao Senado Sergio Moro (União) sem o seu aval.
A "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito" chega à manhã da cerimônia em que será lida com mais de 910 mil assinaturas.
Até terça-feira (9), como mostrou a coluna, havia entre os subscritos 129.965 professores, 20.418 empresários, 871 pastores, 467 padres e 207 empregados domésticos.
Como também mostrou o Painel, mais de 9 mil desempregados e mais de 4 mil motoristas assinaram o manifesto. Para os articuladores da carta, os dados mostram que o movimento está longe de ser elitista.
O documento que será lido na Faculdade de Direito da USP nesta quinta não cita diretamente o presidente Jair Bolsonaro, mas critica com contundência "ataques infundados" ao sistema eleitoral e ao "Estado democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira".
Embora não seja mencionado, o próprio presidente entendeu que o texto é endereçado a ele e passou a fazer críticas ferozes, dizendo que a "cartinha" foi assinada por pessoas sem caráter, caras de pau e até mesmo por empresários "mamíferos".
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