Novembro tem maior saldo positivo de empregos do anoNo penúltimo mês do ano, foram gerados novos 1.090 postos de trabalho em Juiz de Fora. No ano, admissões superam desligamentos em mais de 3.200 vagas
Repórter
16/12/2009
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Novembro foi o mês mais positivo para a geração de empregos em Juiz de Fora, apresentando o maior saldo mensal entre admissões e desligamentos de todo o ano. Durante o período, 4.948 empregados tiveram suas carteiras de trabalho assinadas, enquanto 3.858 pessoas perderam seus postos de trabalho na cidade. As informações são do Estudo de Evolução do Emprego, realizado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e divulgado nesta quarta-feira, 16 de dezembro, pelo Ministério do Trabalho (MTE).
O melhor desempenho foi do setor de comércio, que apresentou crescimento de 612 vagas de trabalho. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio (Sindicomércio), Emerson Beloti, as contratações ao longo do último mês ajudaram a superar em 10% a expectativa de admissões no final de ano. "De setembro a novembro, o comércio criou novos 1.311 postos de empregos, enquanto a expectativa era de gerar 1.200. A notícia é boa, pois agora podemos confiar ainda mais em que 35% desse pessoal continuará nos postos de trabalho a partir de janeiro."
A construção civil ganhou 242 novas vagas em novembro, admitindo 678 empregados e demitindo 436 pessoas. O presidente do Sindicato da Indústria e Construção Civil de Juiz de Fora, Leomar Delgado, informa que o saldo segue tendência nacional e é reflexo da retomada e da contratação de empreendimentos na cidade. "As obras na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e as assinaturas de contratos do programa Minha Casa Minha Vida também ajudaram o fomento da construção civil."
O terceiro setor que mais criou postos em novembro foi o da indústria da transformação. O ramo foi responsável pela geração de 156 novas vagas. De acordo com o consultor econômico do Centro Industrial de Juiz de Fora, Antônio Flávio Luca do Nascimento, a movimentação de fim de ano das mais de 4.800 micros, pequenas e médias indústrias da cidade é a principal razão do aumento. "A curva de desenvolvimento é sempre crescente no segundo semestre do ano. O fato de este setor ter maior espaço para a mão-de-obra também ajuda o aparecimento de números expressivos."
Saldo no ano é positivo, trazendo 3.268 novas vagas
Ao longo do ano, os diversos setores de Juiz de Fora foram responsáveis pela criação de 3.268 novos postos de trabalho. O campeão foi o setor de serviços, com diferença positiva de 1.230 entre admissões e desligamentos, de janeiro a novembro. Conforme já havia mencionado o chefe do setor de relações do trabalho da Gerência Regional do Trabalho e Emprego, José Tadeu de Medeiros Lima, o motivo pode ser o fato de a remuneração média ser mais alta que a praticada em outros setores.
O segundo ramo que mais gerou vagas de janeiro a novembro foi o da indústria da transformação, que criou 815 postos. Segundo Nascimento, o setor acompanhou o aquecimento do mercado no segundo semestre, no que se refere ao atendimento de demanda, e reflete o índice de desenvolvimento do setor na cidade. "De janeiro a outubro, o faturamento das indústrias juizforanas apresentou crescimento médio de 8,09%. A curva ascendente esperada foi confirmada e é sinal de uma economia que superou a crise."
Conforme Nascimento, a projeção é de fomento ainda mais significativo para o ano de 2010. "Os economistas vislumbram aumento no PIB [Produto Interno Bruto] de até 4%, semelhante ao que era esperado no ano de 2008, antes da crise. O importante é que esse crescimento não deve ser destinado apenas para a cobertura de demanda, mas também referente a investimentos na indústria. Porém, a iniciativa de investir deve partir tanto da esfera pública — esta com parcela maior, já que movimenta a economia de forma mais abrangente — como da esfera privada."
Apesar de o comércio apresentar saldo positivo de 593 vagas ao longo do ano, para Beloti, o número é sinal de que o ano não foi bom para o ramo. "Não passamos por uma boa fase no primeiro semestre. Mesmo assim, o setor está em crescimento. Esperamos fomentar ainda mais nossos rendimentos e, consequente, a geração de emprego em 2010."
A construção civil, responsável pela criação de novos 593 empregos na cidade, também deve manter crescimento. De acordo com Delgado, a estabilidade de contratos e os estímulos governamentais, por meio de programas de construção de casas populares, podem garantir a curva ascendente. "A construção civil é o motor da economia, pois envolve uma cadeia econômica muita longa, que interfere na prestação de serviços e na indústria de insumos, por exemplo."
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
Retrospectiva
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