Juiz de Fora apresenta Liraa de 7,56% e preocupa autoridades

Cidade corre o risco de uma epidemia. O apoio e a conscientização da população são fundamentais para vencer essa guerra

Cíntia Charlene
*Colaboração
17/1/2013
liraa

O primeiro Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa) de 2013, realizado no período de 1º a 16 de janeiro foi divulgado nesta quinta-feira,17 de janeiro. Foram visitados 202 bairros. Neles, 6840 residências, divididas em 878 quarteirões, receberam 91 agentes de Combate a Endemias do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEA), sendo recolhidas amostras de 20% dos imóveis de cada quarteirão.

O Índice de Infestação Predial (IIP) registrado foi de 7,56%, um número considerado alarmante para a Secretaria de Saúde (SS). Esses números ainda podem sofrer pequenas variações, já que faltam alguns dados a serem lançados no sistema.

Com esse índice, existe o risco de uma epidemia, já que há muitos mosquitos da dengue na cidade, porém, estes ainda não possuem o vírus da doença. Dos seis casos notificados, somente dois foram confirmados, o que leva a crer que existem poucas pessoas doentes. Mas, se o mosquito picar uma pessoa doente ele pode transmitir a doença para outro indivíduo. Com esse cenário, o período de Carnaval preocupa o secretário de saúde José Laerte, já que muitas pessoas viajam na data. "Nossa maior preocupação agora é que, sendo infectadas fora do município, as pessoas tragam o vírus para Juiz de Fora. Além disso, ficou comprovado que nós temos a dengue do tipo 4, além de existirem outros Estados vizinhos com esse tipo de dengue. Quem já foi infectado pelo vírus 1, 2, 3 já está imunizado, mas para o vírus 4 não, explica Laerte. Isso significa que se a pessoa for infectada pelo vírus 1, ela está imunizada somente contra este."

Apoio

O apoio e a conscientização da população são fundamentais para vencer essa guerra, já que 80% dos focos estão dentro das residências, principalmente em garrafas, sucatas, latas e vasos de planta, inclusive em bairros de maior poder aquisitivo. Então, para combater essa situação, neste fim de semana vai ocorrer a batalha regional "com o tratamento que nunca foi feito antes, em que os agentes de saúde vão até as casas tratar os focos, além de divulgar e alertar sobre o risco da doença que pode levar à morte", afirma Laerte.

A região com maior número de focos foi a Leste, por isso ela está sendo visitada nesta semana, e tem o apoio da SS, Cesama, Secretaria de Obras; e Demlurb. Os bairros Manoel Honório e Bairu terão suas atividades encerradas na sexta-feira e, no final de semana, o Linhares. "Vamos concentrar esforços nessas regiões, por isso, existem dois carros de som avisando a população que separem os lixos que servem de depósito da dengue, para que possam ser retirados e levados para a rua no domingo. Portanto, as pessoas precisam colocar o lixo na hora certa, no domingo à noite, para que o caminhão possa recolher o lixo na segunda e, se for necessário, na terça também, afirma a subsecretária de Vigilância da Saúde Glênia Maria Magalhães Campos. No total, serão disponibilizados 30 caminhões para retirar o lixo de toda a região Leste.

Preparação

José Laerte alerta que tudo está sendo preparado para o pior, caso aconteça uma epidemia. "O primeiro passo é esclarecer a população que é uma situação de risco muito alto, pedir às pessoas que vão viajar, que em caso de contrariem a doença, avisem a vigilância epidemiológica, para que possamos fazer um controle. Uma articulação com hospitais públicos da cidade, além de toda a rede de atenção básica, já foi traçada para otimizar a missão de conter o avanço da doença, que até o momento teve dois casos confirmados na cidade desde o dia 1º de janeiro, esclarece o secretário, que não dispensa o apoio da Secretaria Estadual.

Para entender o Liraa, até 1 é considerado satisfatório, de 1 a 3,9% alerta, acima de 3,9% risco de epidemia. O próximo Liraa será feito em março.

*Cíntia Charlene é estudante do 7º período do curso de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Juliana França

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