De perto todo mundo é normal!
Muita gente acha que fazer terapia é coisa de maluco e que se abrir para o outro é reconhecer em si um distúrbio, uma anormalidade. Normal numa sociedade que se interessa muito mais pelas profundezas do oceano do que pelas profundezas da alma. Normal numa sociedade que tem muito mais habilidade para falar dos outros do que de si mesma. Normal, só que não.
Desde a escola somos preparados para autossuficiência: 'não use o material do amiguinho, não faça prova a dois. Precisar da ajuda do outro te invalida ou diminui, ter insegurança sobre qual questão marcar como correta, demonstra despreparo, parece uma bobagem, mas esses e outros comportamentos são incorporados na vida adulta e nos tornamos aquilo que o outro espera de nós e não quem realmente somos: pessoas normais, cheias de dúvidas, receios e carentes de ajuda...
Duvidar na nossa cultura é uma característica indesejável, na terapia é necessário. Essa dicotomia tem dificultado à busca das pessoas por ajuda profissional.
Mas, então, o que a terapia pode fazer por você?
- Você aprenderá a viver além da sobrevivência (a não desejar somente o suficiente).
- Aprenderá a aceitar e trabalhar suas limitações e qualidades.
- Você irá gerar novas conexões no cérebro (neuroplasticidade), você pensará mais e melhor.
- Aprenderá a se olhar de uma forma honesta e sincera.
- Perceberá melhor sua realidade e irá promover mudanças em sua vida.
- Aprenderá a se perdoar e perdoar os outros.
- Irá alcançar com mais rapidez e clareza seus objetivos e sonhos.
- Irá desmitificar medos e inseguranças que paralisam.
- Terá mais amor próprio, autocuidado e habilidade social.
Muitos de nós pensamos que estas competências podem ser conquistadas quando temos um bom amigo/ouvinte. É claro que uma boa amizade ajuda a enfrentar a vida com mais entusiasmo e coragem, mas seria injusto com seu amigo e com você colocá-lo na categoria de terapeuta, vou explicar o
porquê:
Primeiro porque seu amigo não foi propriamente treinado para te escutar e ajudar, além dos amigos serem cheios de expectativas e pré -julgamentos sobre você e acabarão puxando a sardinha para um lado, o que pode distorcer seu entendimento da questão em análise, além de poder gerar o 'disse que disse', que só piora as coisas.
A escuta de um profissional deve ser imparcial, confidencial e sem preconceitos, pois para o terapeuta tudo que pensamos ou sentimos fazem parte da normalidade, embora tenhamos muito lixo emocional para faxinar.
Marque uma entrevista com um terapeuta indicado por alguém que você confia, veja qual a técnica que será usada com você, perceba se houve empatia entre vocês, se permita ser acolhido, cuidado, acate seus problemas e anseios, esses são requisitos muito importantes para que se desenvolva o vínculo terapêutico, se dê de presente as mudanças necessárias para sua vida ter um potencial maximizado de realizações.
O preço da terapia costuma ser negociado, flexibilizado, embora deva ser uma prioridade em sua vida, se a gente não valoriza fica parecendo caro.
O maior salão de beleza que podemos ir é o da alma, a terapia nos deixa mais bonitos verdadeiramente porque diferentemente de uma maquiagem ou um penteado que saem, o conhecimento adquirido incorpora na nossa personalidade para sempre...
É claro que o que nos impulsiona a terapia costuma ser um momento de angústia, ansiedade, depressão, até um pânico (nada mais humano), mas a gente só consegue desvendar esses mecanismos psicológicos se compreendermos seus gatilhos e suas raízes, e essas questões emocionais estão tão atreladas a nossa formação psicológica, que sozinhos dificilmente conseguimos enxergar, nessa hora o terapeuta está preparado para te ajudar a redesenhar e resgatar laços de confiança e fé pela vida, saboreando inclusive as experiências dolorosas, por que não?
Por isso digo que ir a terapia não é o fim, pelo contrário, é o início do seu compromisso com a sanidade e felicidade, na verdade, essa sensação de às vezes estar ficando maluco, é a sua saúde pedindo para você ajustar aquilo que você é com aquilo que você pretende ser, sabe aquela canção: 'Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia', então...
Cecília Sertã Junqueira Rodrigues é Terapeuta Conselheira em Dependência Química, presta consultoria para empresas e escolas e aconselhamentos individuais em clínica.
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