Reações do corpo nas alterações da voz
Dentre os sintomas psicossomáticos vocais mais frequentemente estudados constam a afonia (ausência da voz) e as disfonias (transtornos da voz), nas reações corporais adaptativas face aos estresses da vida.
Os fatores psicossomáticos precisam ser estudados cada vez mais para facilitar a análise vocal, que mobiliza pessoas com o intuito de oferecer alguma forma de ajuda durante o processo fonoterapêutico.
Na verdade, a voz é um importante canal de descarga, pois é o mais autêntico canal de expressão das condições emocionais, o que a torna, muitas vezes, uma tábua de salvação das neuroses. O corpo fala quando apresentamos alterações emocionais.
A respiração é modificada sempre que alteramos o modo de falar, chorar, rir ou dar gargalhadas.
Torna-se relevante ressaltar sempre que oportuno a importante relação da respiração com a emissão da voz. De fato, a voz é emitida num órgão das vias respiratórias, chamado laringe. O laringe é incapaz de produzir som, a não ser na presença do ar respiratório. Para falar ou cantar é preciso ocorrer a sonorização do ar pulmonar no laringe. E então, o prolongamento expiratório é de regra. Esse prolongamento, desde seu impulso inicial, precisa ser bem dosado, dependendo de uma boa coordenação entre a respiração e a fonação (o ato de emitir sons entre pausas inspiratórias, sons esses caracterizados ao longo do trato vocal).
Pela ótica sistêmica da atualidade, o problema não está no mecanismo de um órgão, mas em todo o SISTEMA no qual esse órgão está inserido. Por exemplo: O sentido "nó na garganta" vem acompanhado de forte emoção, assim como a surpresa interrompe a respiração. Essas reações alteram também o ritmo cardíaco. Também a angústia, que aperta o peito, abafa a respiração, a depressão provoca suspiros, a serenidade se acompanha de uma respiração tranquila, reação esta que deve ser sentida por muitos momentos.
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Cal Coimbra
é psicóloga e doutora em Fonoaudiologia
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