Audiência discute precariedade do serviço odontológico público em Juiz de Fora
Repórter
Paralelamente à campanha salarial dos odontólogos da Prefeitura de Juiz de Fora, que, além de reajuste, pedem a melhoria nas condições de trabalho, uma audiência pública na Câmara Municipal discutiu a precariedade do atendimento odontológico na cidade. Convocada pelo vereador e dentista Luiz Carlos (foto - PTC), o encontro levou ao conhecimento da população as condições encontradas por quem depende do serviço público para cuidar da saúde bucal na cidade.
"É bem pior do que pensamos. A precariedade está desde na limpeza até nas formas de armazenamento dos medicamentos. Os cuidados com a ergonomia e a biossegurança não são tomados", acusou o vereador.
Entre as cem fotografias apresentadas na audiência, boa parte revela que os usuários do serviço são atendidos em meio a móveis enferrujados, paredes mofadas e à total falta de higiene.
Além do ambiente inadequado, os 137 cirurgiões dentistas que atendem pelo SUS contam com apenas 15 atendentes. "No momento em que o dentista coloca as luvas não pode atender o telefone ou abrir uma porta, por exemplo. Mas em Juiz de Fora os dentistas são obrigados a acumular essas funções", critica o presidente do Sindicato dos Odontólogos, Ricardo Werneck.
Ele solicitou ao legislativo o apoio para a realização de um concurso público para a contratação de auxiliares de saúde bucal. Werneck pediu ainda que os odontólogos sejam incluídos nas equipes do Programa Saúde da Família (PSF). "Juiz de Fora é uma das poucas cidades da região em que não há dentistas no PSF."
Mesmo com as evidências da precariedade, a chefe do Departamento de Saúde Bucal da Secretaria de Saúde, Maria Aparecida Guimarães, considerou que o sistema odontológico em Juiz de Fora está em uma "situação confortável".
"Hoje, temos menos crianças precisando de tratamento do que as que foram tratadas", comemorou. A chefe do Departamento informou ainda que em 2008 Juiz de Fora realizou mais atendimentos odontológicos (51.526) do que a capital do Estado.
Porém, ela admitiu que os seis primeiros meses de governo ou os próximos dois anos da atual administração não serão suficientes para resolver todos os problemas do setor. Sobre a inclusão dos dentistas no PSF, Maria Aparecida disse que a medida depende da aprovação de uma lei pela Câmara Municipal.
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