Médicos fazem ato público para fortalecer greve e esclarecer o movimento à população
*Colaboração
O Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora realizou um ato público na manhã desta terça-feira, 7 de julho, em frente ao Instituto de Saúde da Mulher, na rua Espírito Santo. Os sindicalistas colocaram uma faixa e distribuíram panfletos para pedestres e os profissionais que atuam no local.
"Queremos fortalecer ainda mais o movimento e conscientizar os colegas que ainda não aderiram à greve. Estamos com uma forte adesão nas UBSs, no PAM Marechal e no atendimento à criança e ao adolescente", explica o presidente do sindicato, Gilson Salomão.
Segundo ele, a categoria se reuniu mais uma vez com o secretário de Administração e Recursos Humanos da Prefeitura, Vítor Valverde, e encaminhou uma contraproposta ao executivo municipal. "A nossa proposta é criar duas comissões. Uma formada por membros do sindicato e da Secretaria de Saúde, para acompanhar a reestruturação da carreira dos médicos, respeitando as especificidades dos que trabalham em urgência e emergência e no Programa Saúde da Família, e outra composta pelo Conselho Municipal de Saúde, Prefeitura e sindicato, para fazer o acompanhamento e a fiscalização das condições de trabalho", detalha Salomão.
O reajuste salarial será discutido na reestruturação dos planos de carreira. A greve, que completa uma semana de duração nesta terça-feira, conta com o apoio de conselhos de saúde. "Temos o apoio do conselho municipal e já recebemos cartas de conselhos regionais, que também estão de acordo com a nossa luta. Acreditamos que os usuários compreendam que a nossa questão não é apenas salarial, mas de resgate à dignidade do SUS", afirma Gilson Salomão.
Outra reivindicação é relativa à contratação dos médicos que atuam no Programa Saúde da Família, atualmente vinculados à AMAC. "Por toda essa questão judicial envolvendo a AMAC, queremos garantir o emprego dos médicos e a vinculação à Secretaria de Saúde. Mesmo que ocorra um concurso público, vamos pedir para que a especialização e o tempo de trabalho no programa sejam considerados na avaliação", completa o sindicalista.
O sindicalistas aguardam a proposta oficial do executivo para apresentá-la na assembleia desta quarta-feira, 8 de julho, marcada para as 10h, na Sociedade de Medicina.
De acordo com o levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde, que contactou 39 das 57 UBSs do município, não há médicos em 22 unidades. O atendimento foi parcialmente afetado em dez delas e acontece normalmente em sete. No Núcleo de Redes Assistenciais, anteriormente conhecido como atenção secundária, a paralisação só não afetou a Unidade da rua Espírito Santo e o Departamento de Saúde Mental. A greve tem a adesão de 36 médicos do PAM Marechal, 21 do departamento de Saúde da Criança e do Adolescente, sete no departamento de Práticas Integradas Complementares e um no departamento de DST/Aids. A greve não afeta o atendimento de urgência e emergência.
*Patrícia Rossini é estudante de Comunicação Social da UFJFl da UFJ
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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