Terça-feira, 10 de novembro de 2009, atualizada dia 16 de novembro, às 19h02

Casos de câncer de pele aumentam em JF

Aline Furtado
Repórter

Os casos totais de câncer caíram em Juiz de Fora em 2009, enquanto os de pele aumentaram. De um total de 447 casos de câncer em pacientes residentes na cidade, registrados pela Secretaria Municipal de Saúde entre janeiro e novembro deste ano, seis são referentes ao câncer de pele. No mesmo período do ano passado, foram contabilizados 621 casos de câncer, sendo cinco deles de câncer de pele. Com a chegada do calor, o risco deste tipo de câncer aumenta devido à exposição excessiva ao sol.

A dermatologista Vânia Piccinini alerta que o câncer de pele corresponde a 25% dos tumores malignos no país. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), aproximadamente 115 mil brasileiros foram acometidos pela doença em 2008. A médica esclarece que existem três tipos de câncer de pele. Um deles é o carcinoma basocelular, que é o mais frequente, correspondendo a 70% dos tumores de pele. "A cura ocorre em 100% dos casos." O segundo tipo é o carcinoma espino-celular, o segundo mais comum, representando 25% dos casos, que podem ser curados quando detectados no início. Por fim, o melanoma, considerado o mais grave, pode levar à morte. "O melanoma é detectado em 5% dos pacientes e apresenta um aumento significativo com o passar do tempo."

A dermatologista destaca que, quando diagnosticado e tratado precocemente, o câncer de pele tem alto índice de cura. A principal forma de prevenção da doença é a proteção contra os raios ultravioletas. "O uso de um fotoprotetor é indispensável e as pessoas devem estar atentas porque o fator mínimo recomendado é o 30." A médica reforça a importância do uso de bonés ou chapéus, óculos escuros, além da necessidade de ingestão de muito líquido, principalmente água, e de manter uma alimentação saudável. "É sempre bom lembrar que não deve haver exposição ao sol entre 10 e 15 horas, período em que a radiação ultravioleta é mais intensa." Com relação às crianças, Vânia destaca que os cuidados evitam aparecimento da doença na fase adulta.

Os principais fatores de risco são: pele, cabelos ou olhos claros; presença de sardas e muitas pintas; dificuldade para bronzear; história de câncer da pele na família e queimaduras solares prévias. Entre os sinais que servem como alerta para o câncer da pele estão o crescimento na pele de pintas pretas ou castanhas de aparência elevada e brilhante, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida. Elas mudam de cor, textura ou tamanho e apresentam bordas irregulares.

Campanha

Juiz de Fora sediará, no dia 5 de dezembro, a XI Campanha Nacional 2009 de Prevenção do Câncer da Pele, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, que será feita no Hospital Universitário, unidade Dom Bosco. De acordo com a coordenadora local do evento, Vânia Piccinini, a campanha tem como objetivo a conscientização, a orientação e o diagnóstico da doença. "Uma equipe de aproximadamente 20 profissionais, entre médicos, enfermeiros e acadêmicos, realizará exames gratuitos e os casos suspeitos de câncer da pele serão encaminhados para tratamento."

A campanha ocorre simultaneamente em 23 estados e a novidade deste ano é a meta de realizar o maior número de atendimentos médicos em um dia. "Com isso, pretendemos entrar para o 'Guiness', o livro dos recordes." Em Minas Gerais, os exames serão realizados em Juiz de Fora, Belo Horizonte e Uberlândia, das 8h às 16h.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes


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