Quase duas mil pessoas são portadoras do vírus HIV em Juiz de Fora
Números são relativos aos pacientes que retiram medicamentos na unidades de saúde da cidade
Repórter
28/11/2015
Em 1º de dezembro, anualmente, é celebrado o Dia Internacional de Luta contra a Aids. A data, que cairá na próxima terça-feira, terá uma vasta programação elaborada pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) para aumentar a conscientização da população, já que recentemente, o número de portadores do vírus HIV, causador da doença, cresceu no município.
Os dados são do coordenador do Programa Municipal DST/Aids em Juiz de Fora, o médico Oswaldo Alves dos Santos Junior. De acordo com ele, o crescimento destes números assusta. "Houve um aumento no número dos casos, principalmente em Juiz de Fora, por se tratar de um município que atende a macroregião. Em 2014, 261 pacientes iniciaram o tratamento na cidade e, de janeiro a junho deste ano, foram mais 207. Temos em torno de 1.950 pacientes que pegam medicamentos em nossa unidade. É importante ressaltar que nem todos são daqui, mas esse número preocupa", afirma.
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Apesar dos números serem considerados altos, Junior afirma que só se chegou aos dados atuais com o aumento dos testes. "Nós ampliamos a quantidade de testagem, consequentemente, aumentamos os diagnósticos. A campanha é pelo teste, já que existem muitas pessoas que não sabem que têm o vírus e continuam transmitindo. A campanha do Ministério da Saúde é fazer a testagem em pelo menos 90% da população, e manter 90% de quem está infectado, com a carga viral indetectável. É uma maneira de prevenir", diz.
O médico chama atenção para a diferença entre o vírus HIV e a Aids, já que muitas vezes ambos são confundidos. "O HIV é o vírus, a Aids é a doença. Não podemos falar que um paciente já tem Aids no momento que dá positivo para o teste. Se a pessoa não fizer o tratamento, a carga viral ficar mais alta e afetar o sistema imunológico, ele vai ser um paciente com Aids", explica o médico.
Testes
Por ser um tema que ainda enfrenta preconceitos, a importância para o teste do HIV vem sendo cada vez mais abordada pelo Poder Público, já que é possível verificar se o paciente está com o vírus dois meses após a situação de risco. "Antes do exame, é feita uma abordagem coletiva, com uma palestra, para as pessoas tirarem dúvidas. Depois disso, a pessoa é atendida individualmente por um profissional, no momento em que irá relatar o que aconteceu, para depois realizar o exame. O paciente tem acompanhamento tanto para o resultado positivo, quanto para o negativo. Nossa equipe é multiprofissional, com médico infectologista, clínico, assistente social, psicologia e odontologia. Após iniciar o tratamento, o paciente tem o suporte do farmacêutico bioquímico para administrar as doses do remédio", esclarece.
Atualmente feito em laboratórios, o teste para o vírus HIV deverá ser comercializado em breve. Isso porque a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou, no dia 20 de novembro, o registro de testes rápidos caseiros. Com isso, os produtos serão encontrados em farmácias, drogarias, postos de medicamentos, serviços de saúde e programas de saúde pública, com informações claras que indiquem seu uso seguro e eficaz. Apesar da novidade, o coordenador da campanha local diz que isso não eliminará a necessidade do teste pelo poder público. "Para esse teste ter valor legal, a pessoa deverá nos procurar para o médico confirmar essa sorologia e dar o diagnóstico. Aqui no serviço, nós possuímos o teste rápido, que sai o resultado em 20 minutos, e o exame convencional, que é feito com coleta de sangue e fica pronto em até sete dias", conclui.
Formas de contágio
HIV/aids
Como o HIV, vírus causador da Aids, está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, a doença pode ser transmitida de várias formas:
- Sexo sem preservativo - pode ser vaginal, anal ou oral.
- De mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação - também chamado de transmissão vertical.
- Uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa.
- Transfusão de sangue contaminado com o HIV.
- Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.
Evitar a doença não é difícil. Basta usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com outras pessoas. O preservativo está disponível na rede pública de saúde. Caso não saiba onde retirar a camisinha, ligue para o Disque Saúde (136).
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