Sexta-feira, 4 de março de 2016, atualizada às 18h07

Moradores do Vale do Ipê criam mapa para notificar dengue e reclamam da falta do fumacê

Jorge Júnior
Editor
dengue

O alto índice de infestação do mosquito Aedes aegypt, transmissor da dengue, zica vírus e da febre chikungunya, tem levado moradores dos bairros de Juiz de Fora a se mobilizarem, por meio de iniciativas privadas. O Portal ACESSA.com vem acompanhando essa mobilização, através de diversas denúncias de internautas que chegam à redação.

A mais recente é outra iniciativa que parte dos moradores do bairro Vale do Ipê, na região central de Juiz de Fora, que criaram um Mapa da Dengue, com o objetivo de apurar a situação da região, em relação ao número de notificações da doença no local como o foco do mosquito.

Segundo a assistente social e secretária da Sociedade Pró-Melhoramentos do bairro Vale do Ipê (SPM), Marilene Sansão, a população começou a notificar os casos de dengue e os possíveis focos por meio de um grupo no WhatsApp. “A Prefeitura divulgou a lista informando que o carro fumacê iria passar no bairro no dia 28, mas não passou. Entramos em contato diversas vezes com o setor responsável e eles informaram que o Vale do Ipê não estava na rota, por não ter casos recentes da doença. Eles justificaram que, como as notificações nas regiões Sul e Leste aumentaram, a rota no bairro foi cancelada.”

A assistente social lembra que não é a primeira vez que o carro não passa no endereço. “Todos os anos é uma peleja para que o bairro seja agraciado com a passagem do tal carro, mesmo argumentando que a região tem sempre casos de dengue e, por sua geografia, é propício a focos do mosquito. Mas, a verdade, é que Vale do Ipê está relegado pelo poder público, em relação à limpeza de encostas e limpeza das margens do córrego, onde se junta de tudo jogado por moradores daqui ou de outros bairros que aqui passam e jogam seus entulhos, sem falar da sujeira (caixas, material plástico, pneus, restos de construção) que vem pelo córrego que deságua na cachoeira do Vale do Ipê.”

Além desse descaso, Marilene relata que tem dificuldade para entrar em contato com o setor responsável pela dengue na Secretaria de Saúde. De acordo com o Mapa feito pela SPM do bairro, 15 casos já foram registrados: seis em fevereiro, um em março, um em janeiro e o restante ainda falta confirmação de datas. As ruas com maior índice da doença são a Nelson Gomes de Carvalho, Vereador José Gasparete, Doutor Jamil Altafi e Trieste Trentini, de acordo com o levantamento dos residentes.

Para o engenheiro Miguel Gomide Júnior, que criou o sistema, o Mapa está exercendo uma função que deveria ser do poder público. "Não somos informados sobre os números da doença no bairro, o que ao meu entender, deveria acontecer. O Mapa da Dengue é uma forma das pessoas se conscientizarem. A partir do momento em que a população percebe que o problema está por perto, ela começa a buscar as providências", diz.

De acordo com a assessoria da Secretaria de Saúde, neste sábado, 5, os carros fumacê estarão divididos entre os bairros Santa Cecilia, São Mateus, Bairu, Manoel Honório, Cascatinha e Granbery. Já no domingo, 6, as regiões percorridas serão: Centro, Dom Bosco, Jardim Glória e Vale do Ipê, sempre de 6 às 9 horas​. No dia 13 de março, domingo, o carro retorna ao bairro. Além disso, o setor afirmou que vai encaminhar a solicitação para a equipe de endemias, para dar prioridade nas ruas citadas pelos moradores (confira a rota do fumacê).


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