Atenção à qualidade da maionese que você consome Nove marcas foram testadas e apenas uma não apresentou antioxidante potencial causador de câncer
*Colaboração
14/8/2009
A maionese é um molho à base de óleo e ovo, criado na França em 1976. Difundido por todo o mundo, é sempre pedida no acompanhamento de sanduíches e saladas. No entanto, a má fabricação, os altos índices de colesterol e de antioxidantes podem trazer malefícios a saúde do consumidor, como câncer e intoxicação alimentar.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) testou nove maioneses – cinco tradicionais e quatro light. Dentre elas, apenas uma (a melhor qualificada) não apresentou o antioxidante BHA, que em grandes quantidades pode causar câncer, além de aumentar o nível de colesterol e lipídios no sangue. Nas maioneses também foram encontradas pequenas quantidades de outro antioxidante, o BHT, que mesmo sendo permitido por lei, pode prejudicar a absorção das vitaminas A e D.
A técnica de alimentos da Pro Teste, Fernanda Ribeiro, ressalva que a longo prazo, os antioxidantes, as gorduras e o colesterol se acumulam no organismo causando malefícios a saúde. Fernanda argumenta que o problema é agravado nas crianças, pois o organismo ainda está em formação. "Na União Europeia, a maionese não é recomendada para crianças." Como o ovo é a base do produto e contém uma taxa de colesterol significativa, o consumo frequente de maionese não é recomendado para quem possui colesterol alto. Para substituir a maionese, a técnica recomenda o iogurte natural desnatado. "Ao ser temperado com condimentos serve perfeitamente como molho."
Outra irregularidade encontrada pela Pro Teste foi a falta de informação nos rótulos em relação à data de fabricação e à quantidade de colesterol nos produtos. A nutricionista Letícia Mariano atenta que as informações são imprescindíveis para o consumo consciente. "O mais importante na maionese é a data de validade. Jamais se deve consumir o produto quando a data não aparece", afirma. O perigo é em relação à bactéria salmonella, encontrada nos ovos. Em grandes quantidades ela pode causar intoxicação alimentar (dores abdominais, febre e diarreia). Letícia ainda acrescenta que em casos mais graves pode causar até a morte.
No aspecto nutricional, a pesquisa levou em consideração as quantidades de carboidratos, proteínas, gorduras, colesterol e sal. Nenhuma marca ficou abaixo do aceitável. Quanto aos teores de gordura, algumas marcas apresentaram níveis menores que outras. Também foi constatado que o sal é um componente em excesso.
Todas as maioneses lights analisadas apresentaram diminuição de no mínimo 25% de gordura. Outro produto observado foi a maionese de leite, novidade no mercado. A conclusão é que praticamente não existe diversidade entre ela e a tradicional. A única diferença é a maior quantidade de colesterol na maionese de leite, além da apresentação do ácido fosfórico, que reduz a absorção de cálcio pelo organismo.
Maionese caseira
Segundo Letícia Mariano, o consumidor deve ter atenção redobrada com a maionese caseira (tradicional ou temperada), pois como o ovo não passa por pasteurização e esterilização, o índice da bactéria salmonella pode ser assustador. "As maioneses de bisnagas encontradas em lanchonetes nunca devem ser consumidas, pois além de não conter a data de validade, o consumidor não sabe há quanto tempo foi produzida e nem sobre como foi feita a refrigeração", observa. A nutricionista recomenda que a maionese industrializada seja consumida em no máximo três dias após ser aberta e que sempre seja guardada na geladeira.
Nos supermercados, a pessoa deve verificar se a embalagem não está aberta e se a coloração é natural. Nos fast-foods, é fundamental que a pessoa opte pela maionese em sachê, pois contém a data de fabricação.
Confira a pesquisa realizada pela Pro Teste (Clique para ampliar):
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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