Amigos viajaram mais de oito mil quilômetros de kombi até o Peru Alguns imprevistos durante o percurso não tiraram o brilho de uma viagem por quase 70 cidades latinas especialmente a cidade inca Machu Picchu
Colaboração
29/12/2010
Depois de dois anos de planejamento, cinco amigos viajaram de kombi até o Peru para conhecerem Machu Picchu, a cidade de ruínas da antiga civilização inca. Ao todo, foram percorridos mais de oito mil quilômetros ao longo de quase 70 cidades. Algumas dificuldades, como comida ruim, clima diferente, falta de documentos, atraso no percurso, desistência das amigas que faziam parte do grupo, entre outras situações fizeram parte da aventura. "Apesar dos imprevistos, a viagem foi fantástica. Com certeza, iria de novo", afirma o aventureiro Rafael Azevedo de Souza.
Azevedo conta que a viagem foi planejada pelo amigo Guilherme Guedes. "Meu grande desejo era ver neve, uma novidade em relação ao Brasil. O momento mais marcante para mim foi conhecer os montes nevados, Huayna Potosy, na Bolívia. Lá, pegamos temperaturas de até -5°C." Além de muitas caminhadas em paisagens deslumbrantes, os aventureiros fizeram escalada, passeios ao lago mais alto do mundo, o Titicaca e andaram de bike na Cordilheira dos Andes. Ele afirma que gastou, em média, R$ 3 mil durante toda a viagem que durou 30 dias e foi batizada de Expedição Macchu Picchu. "Como não tínhamos muito dinheiro para gastar, dormimos nos hotéis e pousadas mais baratinhos que encontramos."
Ao longo da aventura, como já era esperado pelos aventureiros, surgiram vários imprevistos. "Logo no início, a kombi teve um problema mecânico. Depois, quando chegamos a um posto de fiscalização na Bolívia, nos pediram o certificado de vacinação internacional feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não tínhamos, porque, no Brasil, nos informaram que não seria necessário. Então, tivemos que ir para Corumbá, no Mato Grosso do Sul, para fazermos o documento." Além desse aperto legal, na Bolívia, eles ainda perderam um dia inteiro para tirar um documento que os autorizaria a circularem pelo país. "Não nos informaram da necessidade dessa autorização e sem ela os policiais podiam nos cobrar propinas em todos os lugares", comenta Azevedo.
As condições das estradas por onde passavam que, às vezes, obrigavam o motorista a reduzir muito a velocidade e os acertos com a documentação atrasaram um pouco o cronograma previsto e acirraram os ânimos dos aventureiros, principalmente das moças. "Por causa dos imprevistos, tiramos a cidade de Nazca, já no Peru, do percurso, já que ficava muito longe. As meninas, Rachel e Roberta, revoltaram-se e decidiram seguir sozinhas na metade final da viagem." Azevedo ainda brinca ao dizer que no final tudo acabou bem com homens e mulheres seguindo em direções diferentes.
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Diferenças culturais
O aventureiro explica que não encontrou diferenças culturais muito diversas por onde passou em relação ao Brasil. "O que mais chama a atenção é a questão econômica, principalmente da Bolívia. O país parece o Brasil há algumas décadas", comenta. Ele fala ainda que parece não existir leis de trânsito para os motoristas bolivianos, que não usam cinto de segurança, andam em todas as direções e que nem mesmo há preferência para a passagem dos pedestres.
Ele conta que nos primeiros dias foi complicado para se comunicarem com a população local porque não sabiam falar muita coisa em espanhol. "Nas cidades menores, as pessoas não entendiam nada do que falávamos." Os aventureiros comemoram o fato de terem feito um verdadeiro intercâmbio cultural, uma vez que conheceram também franceses e alguns norte-americanos e italianos.
A cidade inca
A cidade peruana de Machu Picchu foi construída no alto de uma montanha, a uma altitude de mais de dois mil metros. Machu Picchu é conhecida como a cidade perdida dos incas, porque, no passado, abrigou a civilização pré-colombiana e, por sua riqueza histórica, foi elevada à categoria de patrimônio mundial pela Unesco. "A cidade é diferente de tudo o que estamos acostumados a ver no Brasil. É um lugar muito exótico, em ruínas, um verdadeiro museu a céu aberto", afirma Azevedo.
Azevedo ainda explica que o lugar é muito bem vigiado com seguranças o dia inteiro. "A administração da cidade limita em 300 o número de visitantes por dia para conseguirem resguardar todas as ruínas de possíveis estragos humanos. Para garantir o nosso ingresso de visitação, compramos com muita antecedência e valeu muito a pena", comemora.
*Eliza Granadeiro é estudante do 6° período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Thaísa Hoskem
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