Oportunidade de est?gio Quem tem a oportunidade de fazer um est?gio aprende
como ? a vida profissional antes mesmo de se formar

S?lvia Zoche
Rep?rter
29/07/2005

Entrar na universidade significa conhecer um mundo cheio de possibilidades. Mas viver em fun??o somente da faculdade n?o ? uma boa pedida! N?o ? regra, mas quem procura m?todos extra-curriculares possui uma vis?o ampliada da vida profissional.

Uma das alternativas ? procurar um est?gio, seja na pr?pria faculdade ou em institui?es e empresas, como uma forma de aprendizado que envolve contatos sociais e profissionais. Muito mais que colocar em pr?tica o que ensinam nas aulas, o estudante vive situa?es inesperadas. ? neste momento que ele pode mostrar seu diferencial. Por isso, virtudes exigidas no mercado, como iniciativa, criatividade e facilidade em resolver problemas s?o observadas durante as sele?es.

Na Funalfa, o candidato a estagi?rio da assessoria de comunica??o passa por algumas etapas, de acordo com a necessidade da Funda??o. "N?s abrimos um per?odo de inscri??o, informamos ?s faculdades, os candidatos recebem uma pauta para escreverem uma mat?ria e, por fim, conversamos com os candidatos. Depois, n?s avaliamos o texto e procuramos perceber neles a capacidade de iniciativa e de resolver assuntos que s?o urgentes", diz a jornalista da Funalfa, Maria Aparecida Barral Ferreira (foto ao lado).

? claro que em um est?gio sempre h? um profissional respons?vel para orientar o novo aprendiz, afinal, ele chega sem conhecer o ritmo de trabalho do local e precisa se adaptar a ele. "H? uma orienta??o de um profissional para que estagi?rio entenda o processo da assessoria. N?s temos um ritmo de atividade intenso e, a cada dia, ? maior. As tarefas s?o muitas, n?o se restringem a apura??o e reda??o de mat?ria. Voc? precisa, algumas vezes, preparar um cerimonial, se envolver com atividades como produ??o", explica Barral.

Quem faz e quem fez
"Quanto mais tarde uma pessoa come?ar um est?gio, mais atrasada ela vai ficar em rela??o aos outros", diz o estagi?rio em assessoria de comunica??o da Funalfa, Bruno Calixto (foto ao lado). Aos 23 anos, ele est? no 8? per?odo da faculdade de Comunica??o Social da UFJF, e j? est? no quarto est?gio. O primeiro, foi no F?rum da Cultura, o segundo, na Assessoria de Comunica??o e Qualidade da prefeitura.

Bruno enfatiza a import?ncia dos contatos sociais que faz. "Dentro do est?gio, voc? vive o social. Voc? lida com artistas, espectadores... e isso contribui muito para o crescimento pessoal", analisa. Ao entrar na Funalfa, sua primeira atribui??o foi na ?rea de Rela?es P?blicas (RP). Atualmente, ele trabalha, tamb?m, na assessoria da Funda??o e descobriu que possui mais afinidade com RP. Por?m, o sonho de Bruno ? trabalhar em algum ve?culo de comunica??o. "Quem sabe, se eu for contratato pela Funalfa, depois de formado, n?o consigo conciliar os dois?".

Quem j? passou por uma experi?ncia semelhante a de Bruno ? a jornalista Adriana Abrantes (foto ao lado), formada h? um ano. Ela iniciou um est?gio j? no 2? per?odo de faculdade. At? formar, Adriana passou por quatro est?gios na ?rea de cultura. "Houve um tempo que queria mudar de ?rea. Participava de sele?es em outros campos, mas, pelo jeito, a cultura ? o meu perfil", analisa.

A recomenda??o da jornalista ? que todos estudantes procurem um est?gio, mesmo que fique em d?vida se ser? a escolha correta. "Serve para tirar a prova se ? o que a pessoa realmente deseja", diz.

Por experi?ncia pr?pria, Adriana fala que o maior contato com as atividades trouxe o amadurecimento profissional e pessoal. "Apesar de ser uma responsabilidade menor, o estagi?rio aprende a lidar com um chefe, e n?o somente com o professor, entre outras situa?es que ter? que enfrentar pelo resto da vida", conclui.

A experi?ncia de Filipi Machado Werneck de Freitas (foto ao lado), 26, ? diferente. Assim que entrou para o curso de Administra??o de Empresas, da UFJF, come?ou a trabalhar como digitador em uma farm?cia de manipula??o, para ajudar or?amento familiar. Um emprego que n?o tinha nada a ver com a faculdade.

Depois de algum tempo, houve cortes de custos na empresa e Filipi ficou um ano sem trabalhar. "Nesse tempo, procurei emprego e vi no mural da faculdade que uma loja de m?veis precisava de um estagi?rio. Fiz a entrevista e fui chamado". Dessa vez, Filipi come?ou a ter contato com a ?rea que estudava.

"Cadastrava clientes, via nota fiscal, fazia quase tudo na loja", conta. Hoje, est? no 9? per?odo da faculdade e em seu segundo est?gio, na ?rea de vendas do portal do supermercado Bahamas. "? outro tipo de est?gio, porque a Administra??o ? muito ampla, o que me traz outros conhecimentos".

Diferentemente do curso de Comunica??o Social, os alunos de Administra??o precisam fazer um est?gio supervisionado no ?ltimo per?odo, durante a ?poca de aula. Neste mesmo esquema, os alunos de Sistemas de Informa??o, do CES/JF, devem fazer um est?gio obrigat?rio.

Por isso, Ronan Luiz Faria de Souza (foto ao lado), no 8? per?odo de Sistemas de Informa??o, participou da sele??o de suporte t?cnico do provedor ACESSA.com, que foi sua primeira experi?ncia profissional. "Este contato com o universo do trabalho ? importante para ir al?m da parte te?rica", afirma.

Agora, Ronan faz seu segundo est?gio, na ?rea de programa??o do portal do Instituto Vianna J?nior, e usa dos conhecimentos de suporte t?cnico para tirar as d?vidas de usu?rios da institui??o. "A experi?ncia que tive na ACESSA.com faz com que eu saiba lidar na hora de tirar d?vidas dos funcion?rios e alunos, sabendo al?m da programa??o", conta.

Benef?cios e obriga?es

A Lei n? 6.494, de 07 de dezembro de 1977 regulamenta os est?gios e diz que s?o permitidos para "estudantes regularmente matriculados e com freq??ncia efetiva nos cursos vinculados ao ensino oficial e particular, em n?vel superior e de 2? grau regular e supletivo, obedecer? ?s presentes normas".

A dura??o de um est?gio deve ser, no m?nimo de seis meses, de acordo com o artigo quarto da lei. Na Funalfa, caso um estagi?rio decida sair antes, n?o recebe o certificado. O m?ximo de tempo que uma pessoa pode estagiar, na funda??o, s?o 24 meses. Se for conveniente, a institui??o renova o contrato (sem valor empregat?cio) a cada semestre.

A carga hor?ria di?ria varia de empresa para empresa, assim como o pagamento. Filipi Werneck, em seu primeiro est?gio, fazia quatro horas e meia por dia, de segunda a s?bado e recebia R$ 182. No atual, faz seis horas/dia, de segunda a sexta, e recebe R$ 400.

Os benef?cios trabalhistas n?o s?o obrigat?rios, ficando a crit?rio de cada empresa. "Aqui, por exig?ncia do Minist?rio do Trabalho, o estagi?rio tem um seguro de acidentes pessoais", diz o assessor jur?dico da funda??o, Vladmir de Oliveira Andrade (foto acima). Ronan, por exemplo, recebia vale-transporte na primeira empresa que estagiou, assim como Filipi.

Para que o est?gio aconte?a ? preciso que exista um termo de compromisso - artigo 6?, par?grafo 1? - "entre o estudante e a parte concedente da oportunidade do est?gio curricular, com a interven??o da institui??o de ensino". O estagi?rio n?o precisa ser registrado na Carteira de Trabalho, mas se for, deve ser escrito e assinado na parte de anota?es gerais da carteira, informando o nome do curso do estagi?rio, da institui??o de ensino, da empresa contratante, al?m das datas de in?cio e fim de est?gio.



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