S?ndrome do P?nico
Saiba mais sobre essa doen?a da psique,
considerada por especialistas
o mal do s?culo
Rep?rter
08/08/2006
Voc? acorda, lembra do tr?nsito, da correria do dia. Liga a TV, v? as manchetes dos jornais e fica sabendo ainda no elevador que algu?m do seu pr?dio se separou, ficou doente, ou qualquer outra coisa. A situa??o ? hip?t?tica, apresenta exemplos pontuais, mas representa algo parecido com o cotidiano de muitas pessoas.
Na gera??o que corre contra o rel?gio, os males do corpo e mente se intensificam. E ? nesse cen?rio que a S?ndrome do P?nico, neorose "da moda" encontra o cen?rio ideal para seu desenvolvimento.
A a doen?a n?o ? nova, mas segundo especialistas, ? o mal da ?ltima gera??o. Sempre houve pessoas mais suscet?veis ao mal ou a situa?es de vida que colaborassem para o desenvolvimento da doen?a. "Mas nunca tantas pessoas estiveram t?o sujeitas a medos e press?es como agora", afirmou a psic?loga Irene Rocha (foto abaixo), especialista nesse tipo de terapia.
"Os problemas est?o cada vez mais dentro das nossas casas. A gente fica sabendo de tudo de bom e ruim que acontece em todas as partes do planeta. Al?m do mais, queremos ser, por exemplo, boas m?es, boas esposas, boas profissionais, boas de computador, boas de cultura geral. Tudo ao mesmo tempo. ? muita press?o".
Quem est? mais propenso ? doen?a?
Nesse cen?rio, quem j? ? mais suscet?vel a receber est?mulos do mundo externo, acaba sofrendo com a situa??o. E quem s?o essa pessoas? Os sens?veis, que absorvem os problemas dos outros e se preocupam com eles.
Para esse adjetivo, ? preciso deixar claro que na maioria das vezes o processo ? inconsciente, ou seja, a pessoa sabe que ? sens?vel, mas n?o imagina que ver um mendigo com fome na rua pode fazer t?o mal. Ou como ter um parente que lhe trata mal dentro de casa, ? um processo que incomoda muito, e se acumula, j? que n?o se consegue fingir que aquela situa??o n?o existe.
Na mesma propor??o, est?o mais sujeitas a doen?a pessoas muito met?dicas, com dificuldade de aceitar que s?o limitadas e que n?o conseguem abra?ar o mundo. "Sempre houve pessoas assim, mas no mundo de hoje quem n?o aceita suas limita?es fica louco. Nunca conseguiremos fazer tudo que dizem que ? necess?rio para ser uma boa profissional, por exemplo, porque a lista ? quase infinita ", considera a psic?loga.
E ? assim que algu?m acumula um medo daqui e dali com uma frusta??o acol? e, de repente, se v? dentro de um quadro cl?nico do transtorno do p?nico. Uma doen?a de emo?es cumulativas, que atualmente, de acordo com a Organiza??o Mundial da Sa?de (OMS), atinge quase 4% da popula??o mundial.
Dificuldade de diagn?stico
Um dos maiores problemas enfrentados na hora da identifica??o da doen?a ? tamb?m uma de suas principais caracter?sticas. O p?nico ? uma neourose, ou seja, ? um problema vindo das emo?es que sentimos. O que acontece ? que as pessoas s? se d?o conta dessa disfun??o quando os sintomas f?sicos tomam conta do corpo.
Como explica Irene, o corpo tamb?m chega ao seu limite, junto com o "cansa?o" emocional. Se o dono da doen?a n?o consegue entender que n?o est? bem pela mente, o corpo manda outro tipo de aviso.
Os sintomas f?sicos mais comuns s?o taquicardia, sudorese, sensa??o de falta de ar, tremor, fraqueza nas pernas, ondas de frio ou de calor, tontura, sensa??o de que o ambiente est? estranho, que a pessoa "n?o est? l?".
"Esse tal de sentir que n?o est? l? ? um caso s?rio. Os doentes come?am a achar que est?o ficando loucos, o que n?o tem nada a ver", explica Irene. O paciente por muitas vezes tamb?m sente que vai desmaiar, que vai ter um infarto, que vai engasgar com alimentos, assim como tem crises noturnas de acordar sobressaltado com o cora??o disparando e com sudorese intensa.
No quesito de sintomas psic?logicos, as dicas do corpo tamb?m s?o muitas. Mas como brinca Irene, as pessoas ainda resistem ? uma consulta psicol?gica. "Muito da s?ndrome poderia ser evitado se a pessoa viesse aqui no come?o. Mas, n?o! Fica achando que ? um momento, e os outros ao seu redor, que ? luxo, manha", complementa.
Para se ter uma id?ia, a pessoa com p?nico tem pensamentos que ela sabe que n?o faz sentido, mas n?o consegue tirar da cabe?a, como, por exemplo, se atirar de uma janela, ou ter um medo grande de atravessar a rua.
Tecnicamente falando, pensamentos obsessivos, fazem parte do quadro cl?nico e desaparecem com o tratamento do p?nico.
Um medo muito comum ? o de "voltar a sentir medo". Muitas vezes o simples pensamento de entrar num avi?o ou passar ao lado de um abismo j? desencadeiam a crise. Algumas pessoas v?o a um cinema, teatro ou restaurante e procuram sentar-se perto da sa?da, outras n?o trancam a porta quando v?o ao banheiro, sempre para sair facilmente caso venham a passar mal.
A S?ndrome do P?nico tem cura, e ? importante que a pessoa saiba disso para evitar novas fobias e novos medos. "? preciso acreditar que tudo vai voltar ao normal e ter uma vontade imensa de ser feliz. Depois disso, ? importante se tratar para entender como absorver menos a correria e not?cias tristes e inevit?veis do dia-a-dia", aconselha Irene Rocha.
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