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Somos todos iguais
MGM lan?a atendimento
jur?dico gratuito para homossexuais. A id?ia ? defender causas pontuais e chamar a
aten??o da justi?a para a discrimina??o
Fernanda Leonel Rep?rter 07/08/2006
Boas novas para a igualdade e cidadania! O Movimento Gay de Minas Gerais
(MGM) acaba de colocar para funcionar a todo vapor o MGM
Justi?a. A proposta do projeto ? oferecer assessoria jur?dica gratuita aos
homossexuais. Feito dessa forma e para esse p?blico alvo, a not?cia que o
membros da ONG possuem ? que a iniciativa ? pioneira no pa?s.
A hist?ria do movimento com a garantia dos direitos dos homossexuais n?o ? nova.
H? alguns anos, eles mantinham uma parceria com um escrit?rio de advocacia,
que voluntariamente tratava de den?ncias de discrimina??o encaminhadas pela
ONG. Ano passado, foi a vez da institui??o construir uma parceria com a
Universo/JF, que ajudou na amplia??o do trabalho.
Dessas sementes plantadas, surgiu o MGM Justi?a, projeto que conta com o
finaciamento do Programa Nacional de DST/Aids, do Minist?rio da Sa?de. O
Brasil sem Homofobia, iniciativa lan?ada pelo Governo Federal, abriu um
edital"convocando" projetos que tivessem boas id?ias e que quisessem
tentar uma fatia dos investimentos diponibilizados pelo projeto. O MGM
Justi?a foi aprovado e o velho sonho de criar um balc?o jur?dico da ONG se tornou
realidade.
Segundo o diretor da ONG, Marcos Trajano (foto ao lado), a demanda por esse servi?o sempre foi grande. Ele conta que muitas pessoas v?o at? o MGM para esclarecer d?vidas ou procurar por seus direitos e que
a expectativa ? de que com o novo projeto, o n?mero de atedindos possa aumentar
consideravelmente.
Mais que trabalhar com a?es pontuais, ou seja, lutar na justi?a por
casos espec?ficos, a id?ia do diretor do MGM ? que esse projeto possa
representar a classe em geral e ajudar a mudar um panorama mais geral que
trata dos direitos dos GLBTs."Temos que investir na conscientiza??o do cidad?o homossexual, mostrando que ele deve lutar por seus direitos".
Para tanto, o MGM pretende trabalhar com a?es coletivas, que tratem de
garantir direitos dos homossexuais como um todo. Trajano citou como exemplo,
o fato de homossexuais n?o poderem doar sangue ou serem discriminados pelas
for?as armadas. "A nossa inten??o ? provocar o judici?rio no que diz
respeito ? quest?es gays. Pretendemos trabalhar pela inclus?o de toda a
comunidade".
O servi?o ? aberto para toda comunidade homossexual mineira, mas deve
beneficiar mais os homossexuais de Juiz de Fora e regi?o, devido ?s regras
no que diz respeito ?s comarcas e localidades. Mas o advogado e professor
de direito, F?bio Vargas (na foto de ?culos), coordenador do
projeto, garante que h? como ajudar pessoas de todo Brasil. "Trabalhamos tamb?m como uma esp?cie de consultoria, esclarecendo d?vidas
de quem, antes de ter um problema para entrar na justi?a, quer entender
seus direitos". F?bio diz que o atendimento acontece tamb?m pela internet,
j? que o interessado pode enviar suas d?vidas via e-mail para os
respons?veis.
O advogado destaca que essa atividade de consultoria, uma esp?cie de
aconselhamento e "tira-d?vidas" ? tamb?m de grande relev?ncia, j? que h?
muitas novidades no que diz respeito aos direitos dos homossexuais, e que,
nem sempre as pessoas tem conhecimento disso. Como exemplo dessas mudan?as r?pidas e tamb?m j? servido como dica, F?bio
destaca a quest?o do seguro obrigat?rio de ve?culos. Companheiros
homossexuais, desde que com rela??o comprovada, t?m o direito, h? menos de
um m?s, de receber a taxa do seguro, em casos de acidente com o
parceiro.
Al?m do advogado F?bio Vargas mais tr?s estagi?rios cuidam dos casos que
chegam ao MGM Justi?a. Carlos Goldner Neto (na foto acima, com o cordenador
do projeto), Michel Brucce Cerqueira e Beatriz Aparecida de Almeida integram
a equipe que recebe pelo menos uma queixa de discrimina??o por dia.
Exemplos que j? est?o na justi?a
Na semana passada, a equipe do projeto MGM Justi?a entrou no Juizado
Especial Criminal de Pequenas Causas, com uma a??o em favor de um
homossexual que foi discriminado por sua orienta??o sexual. O rapaz teria
sido agredido verbalmente pela vizinha durante a realiza??o de uma festa na
casa dele.
Agora, o pr?ximo passo ? esperar que os envolvidos no caso e as testemunhas
sejam convocadas para dep?r. A primeira audi?ncia ser? conciliat?ria. Caso
n?o haja um acordo entre as partes, o caso deve ir a julgamento. Segundo os
artigos 140 e 141, inciso III, do C?digo Penal Brasileiro, caso seja
condenada, a acusada pode levar de um a seis meses de pris?o ou ser
multada.
O casal D?ia Lima, brasileira, e a h?ngara Patr?cia Tifinger, a
Pat?, tamb?m procuraram o MGM Justi?a. Elas t?m registro de parceria civil
na justi?a de Miami (EUA), desde outubro de 2005. Em mar?o deste ano, elas
resolveram mudar para o Brasil. Como a justi?a brasileira n?o reconhece a
uni?o civil entre pessoas do mesmo sexo, Patr?cia est? encontrando
dificuldades em conseguir o visto definitivo de perman?ncia no pa?s.
A equipe vai entrar com um pedido de visto permanente na PF. Caso n?o seja
aprovado, eles devem entrar com um mandado de seguran?a, que possibilita a
perman?ncia das duas at? que o caso seja definido.
Qualquer caso que envolva discrimina??o e preconceito contra homossexuais
agora pode ser encaminhado ao balc?o de direitos do MGM, que fica
na Rua S?o Sebasti?o, 345, de segunda a sexta-feira, das 9h ?s 18h, pelo telefone (32)
3218-7496 ou pelo e-mail jur?dico@mgm.org.br | |