A Polícia Civil investiga a empresa Phormar Formaturas e Eventos Ltda. após várias denúncias de estelionato e falsidade ideológica, que apontam possíveis desvios de até R$ 12 milhões. Estudantes e comissões de formatura, que foram vítimas de um suposto golpe, enfrentam prejuízos e buscam formas de recuperar o dinheiro, com alguns realizando "vakinhas" online para arrecadar recursos. Segundo o delegado responsável, Samuel Neri, o proprietário da Phormar foi ouvido na parte da manhã desta segunda-feira (9) e novas diligências estão sendo realizadas pela 7ª DD.
A Phormar Formaturas e Eventos Ltda., empresa de Juiz de Fora (MG), está no centro de uma investigação da Polícia Civil, após diversas comissões de formatura denunciarem a empresa por estelionato e falsidade ideológica. De acordo com informações obtidas pelo Portal Acessa.com, os desvios podem atingir até R$ 12 milhões, somando os prejuízos causados a diversas turmas, de universidades de Juiz de Fora.
A investigação foi instaurada pela 7ª Delegacia de Polícia Civil do município, que já iniciou o processo de oitivas e diligências para apurar os fatos. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em nota enviada ao Acessa, as denúncias incluem estelionato e falsidade ideológica, entre outras, relacionadas à gestão financeira da empresa.
O caso ganhou grande repercussão entre os alunos prejudicados, muitos dos quais agora buscam alternativas para arrecadar recursos e cobrir o prejuízo financeiro. "A Phormar na segunda-feira passada havia nos informado que iria entregar nossa festa e simplesmente desapareceu, deixando apenas R$ 4 mil em nossa conta. Em tese, era para termos uma média de R$ 500 mil", relatou Gabriel Lanna, da Comissão de Formatura do curso de Direito da Vianna Júnior.
A comissão de Direito, que tinha 40 integrantes, cada um com contribuições individuais de R$ 16 mil, estima que o valor do fundo deveria ter superado R$ 1 milhão. "Houve juros e rendimento. Eu diria que nosso fundo seria de aproximadamente R$ 1 milhão, R$ 1,1 milhão, pois arrecadamos por fora também", completou Gabriel. De acordo com ele, o maior prejuízo foi a falta de acesso às planilhas de gestão financeira, o que dificulta uma contabilidade precisa sobre os danos causados.
Outro relato vem da comissão de formatura de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Paulo Ricardo Santos, integrante da comissão, explicou que o valor acumulado pelo grupo era de R$ 430 mil, mas que a empresa não repassou o montante para a nova conta do grupo, como havia prometido. "Quando suspeitamos que a Phormar iria quebrar, pedimos a rescisão do contrato, mas só recebemos planilhas, sem o repasse do dinheiro", afirmou Santos.
Em depoimento similar, Gabriela Paticcié, membro da comissão de formatura de Medicina da UFJF, relatou que a turma tinha cerca de R$ 1 milhão já acumulados para a festa de formatura, prevista para o fim de julho ou início de agosto de 2025. Ela expressou frustração com a falta de transparência e o desaparecimento dos responsáveis pela empresa.
A Polícia Civil de Minas Gerais, através de nota enviada ao Acessa, confirmou as investigações em andamento e ressaltou que diligências estão sendo realizadas para esclarecer a situação. "A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que um procedimento investigativo foi instaurado, e a PCMG realiza oitivas e diligências, visando à elucidação do caso", disse a nota.
Por outro lado, a Associação Brasileira das Empresas de Formatura divulgou uma nota, veja abaixo:
"Associação Brasileira de Empresas de Formatura – lamenta profundamente a situação delicada dos fundos de formatura administrados pela empresa Phormar, sediada em Juiz de Fora , MG. Informa ainda que a empresa em questão não é associada à ABEFORM e que os fatos relatados pelos fundos de formatura definitivamente não representam o setor, as práticas e a conduta que a associação defende.
Ao tomar conhecimento dos fatos, a ABEFORM imediatamente acionou as empresas associadas da região , solicitando que buscassem alternativas, junto à rede de fornecedores, para que de alguma forma conseguissem oferecer aos fundos de formatura afetados - em especial àqueles com data de colação de grau e festividades mais próximas - a oportunidade de viabilizar, mesmo que de forma mais simplificada, as suas formaturas.
O mercado de formaturas é um segmento sólido e relevante da economia do país , movimentando anualmente R$ 7 bilhões em 5 mil eventos. A ABEFORM, solidária com a situação dos fundos de formatura afetados em Juiz de Fora, coloca a sua estrutura à disposição dos formandos e familiares para contribuir com orientações e esclarecimento de dúvidas".
Fornecedores também expressaram preocupação com os possíveis desdobramentos do caso. A reportagem do Portal Acessa.com tentou obter uma resposta da empresa Phormar, mas até o momento sem retorno.
Enquanto isso, alunos de diferentes comissões de formatura estão organizando campanhas de arrecadação online, as chamadas "vakinhas", na tentativa de recuperar o que foi perdido.
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