De tempos em tempos, a forma de apresentação dos conteúdos midiáticos consegue adapta-se às mudanças sociais e tecnológicas para acompanhar o gosto e estilo de vida do expectador.
No Brasil, a indústria do entretenimento está enfrentando um período de transformação significativa, marcado por fracassos de audiência tanto na televisão quanto no cinema. Este artigo de opinião busca refletir sobre as causas e implicações dessas mudanças, com base no texto fornecido. “Que xou da xuxa é esse”?
Os recentes fracassos de audiência em programas de televisão brasileira e filmes de cinema são indicativos de uma mudança mais ampla no comportamento do consumidor, que surge mais crítico frente às narrativas mal formuladas, conforme visível em Curinga: Delírio a dois, que arriscou numa abordagem mais musical e não atendeu às expectativas do público que aguardava uma continuidade e desenrolar épico da trama.
E esse é apenas o início da problematização: gastos milionários em produções, elenco de peso e efeitos visuais que não fazem jus ao investimento. Contrapondo ao efeito dominó, pequenos conteúdos dito como caseiros e toscos viralizam e ganham proporções gigantescas em todo mainstream pela alta circulação.
A autonomia para criar, editar e consumir conteúdo em frações de segundos é uma realidade inegável. A sociedade moderna, impulsionada pela tecnologia, tem redefinido o que significa entretenimento. Essa tal era digital trouxe consigo a capacidade de escolher o que assistir, quando e como, desafiando os modelos tradicionais de programação e distribuição.
Essa "sociedade líquida", termo cunhado pelo sociólogo Zygmunt Bauman, descreve um mundo em constante mudança, onde as relações são efêmeras e tudo parece ser temporário. Isso se reflete no consumo de mídia, onde a paciência para narrativas longas e desenvolvidas diminui em favor de conteúdos rápidos e facilmente digeríveis. A dopamina, neurotransmissor associado ao prazer e recompensa, é agora buscada em "pequenas doses", através de interações rápidas e frequentes com dispositivos móveis e redes sociais.
A televisão precisa se reinventar para continuar tendo relevância diante do povo brasileiro. Umas das alternativas usadas pelas emissoras é aumentar o tempo de programação ao vivo, principalmente no que se refere ao jornalismo, uma prática popular nas TVs por assinatura com canais exclusivos de informação como Globo News e Band News. O Sistema Brasileiro de Televisão aposta diariamente no SBT News, um telejornal que se estende por toda a madrugada e entrega o horário da manhã para o outro programa jornalístico, intitulado Primeiro Impacto.
Com os olhos voltados para o faturamento, a emissora fez uma importante modificação em suas manhãs, abolindo de forma definitiva o infantil, “Bom dia e Cia”, investindo na Revista eletrônica Chega Mais.
A Rede Globo de televisão já faz essa movimentação que visa dar mais destaque para a informação ao apostar no jornalismo ao vivo por mais tempo, com a implantação do “Hora 1 da Notícia”, telejornal que começa às 5 horas da manhã. A Record tem a tradição de apostar em telejornalismo por mais tempo, mesmo que de forma duvidosa, explorando desastres e acontecimentos policiais à exaustão. O jornal policial Cidade Alerta, é um dos programas mais populares da emissora de Edir Macedo, Atração inspirada no Aqui Agora, no SBT.
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