FOTO: Divulgação - Nutrição e Prevenção do Câncer Colorretal: Uma Perspectiva Essencial no Março Azul

O câncer colorretal representa o terceiro tipo mais comum de câncer no mundo e, apesar de sua alta incidência, é uma das neoplasias mais preventivas através de modificações no estilo de vida, especialmente na alimentação. Estudos epidemiológicos consistentes demonstram que aproximadamente 70% dos casos poderiam ser evitados por meio de intervenções nutricionais adequadas. A dieta ocidental, caracterizada pelo alto consumo de carnes processadas, gorduras saturadas e baixa ingestão de fibras, tem sido diretamente associada ao aumento do risco desta doença, promovendo inflamação crônica e alterações na microbiota intestinal que favorecem a carcinogênese colorretal.

A fibra alimentar emerge como um dos componentes mais protetores contra o desenvolvimento do câncer colorretal. Ao aumentar o volume fecal e acelerar o trânsito intestinal, as fibras reduzem o tempo de contato entre potenciais carcinógenos e a mucosa intestinal. Além disso, a fermentação das fibras pela microbiota intestinal produz ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, que possui propriedades anti-inflamatórias e antiproliferativas nas células do cólon. Recomenda-se a ingestão diária de 25-35g de fibras através do consumo de frutas, vegetais, leguminosas e grãos integrais como estratégia preventiva fundamental.

O consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas representa um fator de risco significativo para o desenvolvimento do câncer colorretal. Quando preparadas em altas temperaturas, estas carnes produzem compostos heterocíclicos potencialmente carcinogênicos, enquanto os conservantes nitritos, utilizados em embutidos, podem formar nitrosaminas no ambiente intestinal. A Organização Mundial da Saúde recomenda limitar o consumo de carne vermelha a no máximo 500g por semana e minimizar ou eliminar o consumo de carnes processadas. Em contrapartida, padrões alimentares baseados predominantemente em vegetais, como a dieta mediterrânea, têm demonstrado efeito protetor, reduzindo o risco em até 40%.

Além dos aspectos dietéticos específicos, outros fatores relacionados ao estilo de vida também influenciam significativamente o risco de câncer colorretal. O excesso de peso, especialmente a obesidade abdominal, está associado a um estado inflamatório crônico e alterações hormonais que favorecem o desenvolvimento neoplásico. Similarmente, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo aumentam substancialmente o risco. A adoção de um estilo de vida que combine alimentação saudável, controle de peso, atividade física regular, moderação no consumo de álcool e abstinência do tabaco representa a estratégia mais eficaz para prevenção desta doença. Este Março Azul serve como um lembrete crucial de que nossas escolhas alimentares diárias têm impacto direto na saúde intestinal e na prevenção do câncer colorretal.

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Câncer Colorretal | Prevenção

Divulgação - Nutrição e Prevenção do Câncer Colorretal: Uma Perspectiva Essencial no Março Azul

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Bárbara Ribeiro Fonseca

Nutrição

Nutricionista graduada pela UFJF e pesquisadora na mesma instituição, na área de Microbiologia com foco em Probióticos. Atua como nutricionista clínica, na cidade de Juiz de Fora voltada para tratamento de sobrepeso, obesidade, doenças crônicas, autoimunes, mapeamento metabólico e modulação intestinal. Também é jornalista, graduada pela UFJF.

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