O descontrole emocional é algo que pode atingir qualquer pessoa em situações de estresse intenso, e o episódio recente envolvendo o apresentador Datena e o empresário Pablo Marçal durante um debate eleitoral na TV é um exemplo clássico disso. Quando Datena arremessou uma cadeira em direção a Marçal, o gesto foi rapidamente interpretado como uma reação emocional impulsiva, desencadeada por sentimentos como raiva, frustração e tensão.

Esse tipo de reação, quando não gerenciado, pode resultar em comportamentos extremos que afetam não só o momento, mas também a percepção pública e as relações interpessoais. Como psicóloga, vejo que muitas pessoas enfrentam dificuldades semelhantes no seu cotidiano, seja no ambiente de trabalho, em casa ou até mesmo em interações sociais. Situações desafiadoras podem servir como gatilhos para comportamentos impulsivos, e é aqui que entra a importância da autorregulação emocional.

Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), trabalhamos intensamente com a identificação de pensamentos automáticos que alimentam essas reações impulsivas. No caso de Datena, é provável que seus pensamentos automáticos incluíssem frases como "Ele está me desrespeitando", "Preciso responder à altura" ou "Não posso deixar isso passar". Esses pensamentos acabam gerando sentimentos de raiva e frustração que culminam em ações impulsivas, como o ato de arremessar a cadeira.

Exemplos práticos disso podem ser vistos em diversas áreas da vida. Imagine alguém que, no ambiente de trabalho, se sente criticado por um colega e, sem pensar duas vezes, responde com agressividade ou toma uma atitude precipitada. Esses comportamentos, quando repetidos, podem comprometer a imagem profissional e as relações no ambiente de trabalho. Outro exemplo pode ser no ambiente familiar, onde discussões acaloradas com cônjuges ou filhos acabam escalando devido à falta de controle emocional.

Uma das estratégias que a TCC propõe é o desenvolvimento da habilidade de "pausar" antes de reagir. Quando nos damos a oportunidade de parar por alguns segundos, respirar fundo e analisar a situação de forma mais racional, evitamos reações impulsivas que podem gerar arrependimento depois. No caso de Datena, se ele tivesse tido esse momento de pausa, o desfecho certamente seria diferente. Em vez de arremessar a cadeira, ele poderia ter respondido de forma mais assertiva, demonstrando controle e equilíbrio.

Outro aspecto importante que a TCC traz é a reestruturação cognitiva. Ao identificar pensamentos disfuncionais, é possível substituí-los por outros mais adaptativos. No lugar de pensar "Eu preciso reagir agora", a pessoa pode começar a pensar "Como posso responder de maneira que não me prejudique?", o que abre espaço para uma atitude mais assertiva e menos destrutiva.

Portanto, o episódio de Datena e Pablo Marçal nos ensina que o descontrole emocional é algo que pode ser trabalhado. Ele não precisa ser visto como um traço permanente da personalidade. Com as ferramentas adequadas, como as propostas pela Terapia Cognitivo-Comportamental, é possível aprender a lidar melhor com os gatilhos emocionais e evitar atitudes que possam prejudicar tanto a nós mesmos quanto aos outros. O que você pode fazer para melhorar sua reação emocional em situações desafiadoras? Refletir sobre isso é o primeiro passo para uma vida emocionalmente mais equilibrada.

Para mais orientações sobre como lidar com a sua saúde emocional, ansiedade, ter mais autoestima, melhorar seus relacionamentos, combater o estresse e garantir mais qualidade de vida mental, me siga no perfil do Instagram @telmaelisa.psi e aqui nesta coluna todas às quintas-feiras.

TV Cultura - O Caso de Datena e Pablo Marçal: Descontrole emocional e o impacto de atitudes impulsivas

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Telma Elisa

Saúde Mental

Psicóloga e também jornalista, formada pela UFJF, Telma Elisa é especialista em comunicação assertiva e não-violenta, também pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) pela PUC. Tem competência para te ajudar a lidar com ansiedade, relacionamentos, transtornos, e a desenvolver habilidades sociais para que seja possível levar uma vida mais plena.

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