Você já sentiu que nada do que faz é suficiente? Ou que as pessoas à sua volta constantemente te decepcionam? Ou que as expectativas da sociedade são impossíveis de alcançar? Parece polêmico, mas é uma realidade que muitos enfrentam o perfeccionismo.

Na psicologia, o perfeccionismo é visto como um traço que, em excesso, pode causar grandes prejuízos à saúde mental. Embora muitas pessoas associem o perfeccionismo a qualidades como esforço, organização e foco em resultados, ele também está ligado a altos níveis de estresse, ansiedade e baixa autoestima.
O que torna o perfeccionismo tão desgastante é a sua capacidade de criar um ciclo de insatisfação constante. Essa característica pode ser dividida em três formas principais: perfeccionismo auto-orientado, é quando você exige demais de si mesmo. Erros viram falhas imperdoáveis, e cada passo é acompanhado de culpa. Você se torna o seu maior crítico. Já o perfeccionismo voltado para os outros é quando você espera perfeição dos outros. Essa expectativa gera decepções constantes, porque é quase impossível que as pessoas correspondam a padrões tão elevados.E, por fim, no perfeccionismo socialmente prescrito, a pessoa busca atender aos padrões inalcançáveis impostos pela sociedade. Seja no trabalho, na família ou nos relacionamentos. Ou seja, é quando você sente que nunca é bom o bastante.


Imagine Ana, uma profissional que revisa obsessivamente cada e-mail antes de enviá-lo. Ela acredita que um pequeno erro pode comprometer toda a sua credibilidade. Ana é um exemplo clássico de perfeccionismo auto-orientado. Apesar do esforço, ela nunca se sente satisfeita.
Agora pense em João, que não consegue confiar plenamente nos colegas de trabalho porque espera que eles executem as tarefas exatamente como ele faria. Quando algo sai fora do padrão, João sente que não pode depender de ninguém. Esse é o perfeccionismo voltado para os outros.
Por fim, temos Clara, que passa horas em redes sociais tentando replicar um estilo de vida que vê nos influenciadores. Ela sente que precisa estar sempre impecável para ser aceita. Clara vive sob o peso do perfeccionismo socialmente prescrito.


Se você se identificou com algum desses exemplos, é importante lembrar: o perfeccionismo não te fortalece. Ele te esgota, paralisa e faz você enxergar a vida como mais dura do que realmente é. Mas há formas de lidar com isso e a primeira delas é reconhecer seus padrões. Pergunte-se: Minhas expectativas são realistas ou foram impostas? Então, busque praticar a autocompaixão, melhor dizendo, trate-se com a mesma gentileza que você ofereceria a um amigo. Um outra maneira é definir metas alcançáveis. Substitua a busca pela perfeição pela busca pelo progresso.E, por último, e nem por isso, menos importante, busque ajuda. A terapia pode ser uma ferramenta poderosa para identificar e desafiar os padrões de pensamento que alimentam o perfeccionismo.
A perfeição é uma ilusão que nos afasta do que realmente importa: viver de forma plena e autêntica. Então, eu te convido a refletir: O que você pode deixar de lado hoje para ser mais gentil consigo mesmo? Talvez a resposta esteja em aceitar que você já é suficiente, exatamente como é.


Para mais orientações sobre como lidar com a sua saúde emocional, ansiedade, ter mais autoestima, melhorar seus relacionamentos, combater o estresse e garantir mais qualidade de vida mental, acesse www.telmaelisapsi.com.br, me siga no perfil do Instagram @telmaelisa.psi e aqui nesta coluna todas as semanas.

Banco de imagens - Imagem ilustrativa

Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!
imagem-colunista

Telma Elisa

Saúde Mental

Psicóloga e também jornalista, formada pela UFJF, Telma Elisa é especialista em comunicação assertiva e não-violenta, também pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) pela PUC. Tem competência para te ajudar a lidar com ansiedade, relacionamentos, transtornos, e a desenvolver habilidades sociais para que seja possível levar uma vida mais plena.

Os autores dos artigos assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo dos textos de sua autoria. A opinião dos autores não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Portal www.acessa.com

COMENTÁRIOS: