Você já se perguntou por que, durante a quaresma, tantas pessoas se comprometem a mudar – seja cortando um hábito, falando menos mal ou repensando atitudes? Param de comer carne, suspendem a cerveja, o chocolate, o jeito de falar dos outros…
Mesmo que a quaresma seja um período tradicionalmente católico, esse espírito de renovação pode ser o pontapé para uma mudança de comportamento que se estenda o ano todo.
Durante a quaresma, muitos católicos adotam o costume de fazer propósitos – cortar um hábito, falar menos mal dos outros, ou até mesmo adotar uma postura mais consciente em relação aos próprios comportamentos. Esses 40 dias, embora tradicionalmente associados à reflexão espiritual, podem funcionar como um verdadeiro catalisador para a mudança comportamental. É um período em que se comprometer com a transformação pode inaugurar um novo ciclo de autoconhecimento e ressignificação.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ensina que nossos pensamentos moldam nossas emoções e ações. Quando decidimos nos comprometer com uma mudança, estamos, na prática, treinando nossa mente a responder de forma diferente aos desafios diários. E, convenhamos, se 40 dias podem fazer alguém largar aquele hábito que tanto atrapalha, imagina o que uma mudança contínua pode fazer?
Mudar um comportamento é um convite para olharmos para dentro e identificarmos padrões que nos impedem de viver de forma plena. Pode ser aquele costume de se criticar demais, de procrastinar ou até de se alimentar de pensamentos negativos. É o momento de dizer: “Chega, eu mereço algo melhor!”
Essa mudança de comportamento, quando iniciada com consciência, tem o poder de transformar nossos relacionamentos. Afinal, quando mudamos a forma de nos relacionarmos com nós mesmos, nossa maneira de se relacionar com os outros também se transforma. É como se cada pequeno compromisso de mudança se acumulasse, resultando em uma autoestima mais firme e em vínculos mais saudáveis.
O que muitas pessoas não percebem é que o compromisso assumido durante esses 40 dias pode ser a semente para uma nova forma de viver. Não importa se você não é religioso – a ideia de reservar um tempo para reavaliar e ajustar nossos comportamentos é algo universal. A quaresma, assim, se torna uma metáfora para qualquer período em que decidimos cuidar melhor de nós mesmos.
Ao olhar para a TCC, vejo que cada técnica e exercício tem como objetivo justamente essa: ajudar você a identificar e modificar os pensamentos que te prendem. E se durante a quaresma você se compromete a, por exemplo, falar menos mal de si mesmo ou dos outros, está plantando a semente para uma vida com mais empatia, autoconhecimento e respeito próprio.
Como psicóloga e praticante da TCC, convido você a refletir sobre suas próprias atitudes e a considerar a possibilidade de transformar seus comportamentos. Use esse período – ou crie o seu próprio momento – para reavaliar o que não lhe serve e adotar práticas que promovam a sua saúde emocional. Afinal, a mudança verdadeira começa com um simples compromisso consigo mesmo.
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