Talvez você esteja vivendo um relacionamento recente, ou até uma história que nem se tornou namoro oficialmente, mas que já mexe com o seu emocional. A conexão existe, o carinho é recíproco... só que em algum momento, você percebe que precisa de um intervalo. Um respiro. Um espaço.
E aí surge a dúvida: “Será que tem algo errado comigo por querer ficar um pouco sozinha(o)?"
Como psicóloga de relacionamentos, eu escuto muito essa inquietação no consultório.
Pessoas que estão apaixonadas, envolvidas, comprometidas — mas que também reconhecem o quanto precisam da própria companhia para se equilibrar. E não, isso não é frieza. Não é medo de amar. Isso é maturidade emocional.
Na Terapia Cognitivo-Comportamental, a gente fala muito sobre a importância de identificar os próprios pensamentos disfuncionais. Um dos mais comuns quando o assunto é espaço no relacionamento é esse aqui: “Se eu me afasto, a pessoa vai achar que eu não me importo.”
Esse pensamento alimenta ansiedade, culpa, e um comportamento de autonegação — que acaba tirando você do centro da sua própria vida.
Mas vamos pensar juntas(os): Como sustentar uma relação com outra pessoa, se você não consegue nem sustentar sua própria presença?
Cultivar momentos sozinha, curtir o próprio silêncio, ter tempo pra fazer as coisas que você gosta, não é um luxo. É necessidade emocional básica.
É nesses momentos que a gente se reconecta com quem é. Que organiza o pensamento.
Que ouve o corpo. Que entende o que sente. E quando você está inteira(o) dentro de si, você se entrega de forma mais saudável ao outro. Sem exigência, sem peso, sem carência disfarçada de atenção.
E a proposta que te faço é que você se lembre que preservar sua individualidade é um ato de cuidado com a relação — não o contrário. Você pode amar muito alguém e, ao mesmo tempo, querer ficar um pouco só. Você pode estar em um relacionamento feliz e, ainda assim, gostar de dormir sozinha de vez em quando.
Você pode sentir falta da pessoa e, mesmo assim, desejar um fim de semana em silêncio.
E tudo isso é saudável.Tudo isso é seu.Tudo isso é permitido.
Se eu puder te orientar com algo hoje, é isso: Não se anule pra provar amor. Se o vínculo é real, ele vai respeitar também os seus espaços. E, se você sente que isso é difícil demais — que vive presa entre a culpa e o medo de perder — talvez seja hora de cuidar da sua autoestima e da sua segurança emocional.
É pra isso que existe terapia. É pra isso que eu escrevo essa coluna. Se quiser continuar essa conversa, me acompanhe nas redes sociais. E, se for o momento certo, posso te ajudar.
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