Uma das mulheres mais famosas dos salões cariocas da Belle Époque, eleita a mais bela da capital fluminense em 1900 numa competição que mais tarde seria conhecida como concurso de miss, Bebê Lima e Castro (1878-1965) tem sua história contada pela primeira vez no livro “Muito além dos salões: Bebê Lima e Castro, musa do Rio em 1900” (Editora 7Letras), escrito pelo cravista e professor Marcelo Fagerlande.

No dia 6 de dezembro, às 18h, o autor fará o lançamento da obra em Juiz de Fora, no Museu de Arte Murilo Mendes – MAMM. Além dos autógrafos, Fagerlande irá conversar com o público sobre o livro, apresentando imagens da biografada e do período.

Ilustrado com mais de 50 imagens, entre fotos, programas e anúncios de espetáculos e festivais, a obra tem texto de apresentação do escritor Ruy Castro: “Onde estivemos por todos esses anos que não soubemos de Violeta — Bebê — Lima e Castro? Como considerar contada a história de uma época, não por acaso bela, sem reservar o protagonismo a essa carioca nascida em berço de luxo que, ao tentar levar para os palcos a elegância dos salões, viveu sonhos e decepções suficientes para várias vidas?” Ao reconstituir a trajetória de Bebê, o autor faz um recorte musical e social do Rio de Janeiro daquela época, a partir de documentos oficiais, notícias de jornais e encontros com filhos de amigos e de empregados próximos dela.

Foi ainda na infância que o autor ouviu as primeiras histórias sobre uma mulher ousada, contadas por seus pais e avós – estes últimos, amigos de Bebê. Curiosamente, a história da biografada se cruza com a história do biógrafo: de certa forma, foi por obra de Bebê que Fagerlande adquiriu seu primeiro cravo de qualidade. “Bebê não tinha filhos nem parentes chegados, então deixou um longo testamento beneficiando muitos amigos, fiéis empregados e instituições. Meus avós herdaram imóveis, um Cadillac e um solitário de brilhante”, conta o autor.

Por sugestão de sua mãe, a joia foi vendida e Fagerlande comprou um cravo na Alemanha, onde concluía seus estudos em música. Nascida em Paris e batizada de Violeta, mas sempre chamada de Bebê, a moça de família tradicional da alta sociedade foi educada para ter um casamento sólido, mas as bodas com um francês terminaram em separação pouco tempo depois. O rompimento era comentado veladamente e interrompeu temporariamente sua vida social. Mas, sua personalidade forte e a ambição por uma carreira artística fizeram com que a jovem Bebê conseguisse ser aceita novamente nos eventos sociais.

Imagem cedida - Imagem da capa do livro.

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