O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em parceria com a polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal de Minas, deflagrou na manhã desta quarta-feira (27), uma megaoperação de combate à organização criminosa mineira, intitulada Sala Vip, vinculada ao Terceiro Comando Puro (TCP), facção do Rio de Janeiro.

A operação Êxodo ocorreu nas cidades de Belo Horizonte, Contagem, Rio de Janeiro (RJ), Foz do Iguaçu (PR), Praia Grande (SP), Ribeirão Preto (SP), São Bernardo do Campo (SP), Paranaíba (MS), Sinop (MT) e Britânia (GO). A organização criminosa, segundo a investigação, atuava no tráfico de drogas, no comércio ilegal de armas de fogo e na lavagem de capitais. A facção também explorava, conforme a apuração, atividades lícitas, como internet e gás.

Ao todo, foram cumpridos 14, de um total de 17, mandados de prisão e 79 mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar, inclusive em presídios do Rio de Janeiro e de Minas, além de ordens judiciais de sequestro de bens imóveis e móveis (veículos e valores), e de suspensão de atividades de empresas, algumas localizadas no complexo Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte. Um dos fornecedores de drogas à facção criminosa foi preso em São Bernardo do Campo.

Três alvos da operação são considerados foragidos. A ação apreendeu 188 tabletes de maconha, um fuzil 556, oito pistolas em MG, duas pistolas no RJ, dois revólveres 38, um veículo em SP, um veículo em MT, celulares e 1.589 munições (54 de 380, 888 de .40, 405 de 9mm, 78 de 38 e 164 calibre 12). Algumas lideranças do TCP foram alvos da operação na cidade do Rio de Janeiro, uma delas moradora do Complexo São Carlos, Zona Sul do município. A maioria dos presos na operação de hoje está ligada à parte financeira da organização criminosa. Na ação de hoje, toda a alta cúpula da facção criminosa em Minas foi presa, inclusive um dos alvos que estava no Rio de Janeiro.

De acordo com as investigações, a lavagem de dinheiro do grupo criminoso ocorria por meio de pessoas físicas sem envolvimento com a criminalidade, mas que emprestam suas contas bancárias para a o trânsito dos valores da organização, e de pessoas jurídicas, criadas exclusivamente para ocultar essas quantias. Essas pessoas jurídicas não possuem funcionários e não declaram tributos, o que levou as instituições de segurança de Minas a identificá-las como sendo fictícias, criadas com a finalidade de lavar capitais oriundos do narcotráfico.

As ordens judiciais de sequestro totalizam cerca de R$ 345 milhões em contas bancárias, aplicações financeiras, títulos de capitalização, cadernetas de poupança, investimentos, ações e cotas de capital dos investigados e suas pessoas jurídicas.

Investigação

Durante dois anos de investigação, o Grupo de Combate às Organizações Criminosas da PCMG, que contou com o auxílio do Grupo de Combate às Organizações Criminosas da PMMG e de agentes de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, todos com atuação junto ao Gaeco do MPMG, apurou o funcionamento de uma organização criminosa vinculada ao Terceiro Comando Puro, instalada na região do Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte, e em outras regiões do estado no tráfico de drogas, no comércio ilegal de armas de fogo e na lavagem de capitais.

Nesse período, os investigadores mapearam a atuação de vários integrantes das citadas organizações criminosas, cada um com uma atribuição específica, incluindo não apenas as atividades criminosas típicas, mas também o fornecimento de sinal de internet, ações assistencialistas e apoio jurídico que visavam ao controle e ao fomento da organização criminosa em território mineiro.

Foi ainda apurada uma complexa rede de lavagem de capitais, principalmente do narcotráfico, na qual pessoas físicas e jurídicas de vários estados da Federação participavam do escoamento do dinheiro ilícito.

A operação contou com o apoio de delegacias especializadas da PCMG, de batalhões da PMMG, dos Conselho Regional de Representantes Comerciais (Core) de Minas e do Rio, de delegacia da PCSP, dos canis e dos hangares da PCMG e da PMMG, da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MPRJ e dos Gaecos dos Ministérios Públicos do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, de São Paulo, de Goiás e do Paraná.

Participam da operação nove promotores de Justiça, três delegados de Polícia Civil, 100 policiais civis, 80 policiais militares, dois policiais penais e servidores administrativos da PCMG, bem como cães dos canis da PCMG e da PMMG e os helicópteros da PCMG e da PMMG, que auxiliam na execução dos mandados.

mpmg - Operação em MG

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