O aumento da população de capivaras em áreas urbanas tem preocupado autoridades de saúde devido à proliferação do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), transmissor da febre maculosa. Essa doença grave pode afetar humanos e também animais de estimação, como cães e gatos, tornando essencial a atenção dos tutores.
Professor da Estácio e médico veterinário, Adriano Bruzza diz que a identificação precoce da febre maculosa nos pets é fundamental para evitar complicações. “Os tutores devem observar qualquer mudança no comportamento do animal, pois a doença pode evoluir rapidamente e trazer consequências graves”. Os principais sintomas incluem febre alta, dores abdominais e articulares, fraqueza muscular, vômito, diarreia, letargia e perda de apetite. Em casos mais graves, podem ocorrer convulsões, dificuldade respiratória e edemas (inchaços causados pelo acúmulo de líquidos).
A melhor forma de proteger os animais é evitar a infestação por carrapatos. Algumas medidas essenciais incluem evitar passeios em locais com capivaras, cavalos ou grande concentração de carrapatos, especialmente em áreas rurais; utilizar antiparasitários recomendados por médicos veterinários, seguindo corretamente as dosagens e intervalos indicados; e fazer inspeções regulares no pelo do animal para detectar e remover carrapatos antes que transmitam a doença. “Os tutores devem usar antiparasitários adequados e evitar levar seus pets para locais de risco. O contato com capivaras e outros animais silvestres deve ser evitado”, reforça Bruzza.
Se um carrapato for encontrado no animal, é essencial removê-lo corretamente para evitar a transmissão da bactéria causadora da febre maculosa. O ideal é usar uma pinça apropriada, puxando o parasita com tração suave e constante, sem esmagá-lo, torcê-lo ou empurrá-lo. “Nunca tente retirar o carrapato de forma brusca, pois isso pode aumentar o risco de infecção”, orienta o veterinário.
Capivaras não transmitam diretamente a febre maculosa. Elas são hospedeiras intermediárias do parasita. “Em seu habitat natural, as capivaras fazem parte do ecossistema e não representam ameaça. No entanto, em áreas urbanas, sua presença excessiva favorece a proliferação dos carrapatos. Cabe aos órgãos competentes monitorar essa situação”, diz Bruzza.
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